Economia

Governo lança plano para estimular tecnologia dentro da indústria

Plano foi elaborado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações após discussões com especialistas, empresários e pesquisadores

Plano do governo tem o objetivo de levar ao setor o conceito 4.0, com a incorporação de tecnologias como robótica (Johannes Simon/Getty Images)

Plano do governo tem o objetivo de levar ao setor o conceito 4.0, com a incorporação de tecnologias como robótica (Johannes Simon/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 08h11.

Brasília - O governo federal lança nesta quinta-feira, 14, um pacote de estímulo à modernização da indústria brasileira. Chamado de "Manufatura Avançada", o plano tem o objetivo de levar ao setor o conceito 4.0, com a incorporação de tecnologias como robótica, nanotecnologia, e tecnologia de informação e internet das coisas ao processo produtivo.

O plano foi elaborado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) após discussões com especialistas, pesquisadores e empresários em todo o País. O governo aproveitou para analisar os programas de nações como Alemanha, China e Estados Unidos.

"O Brasil precisa atender a requisitos que envolvem tecnologia para aumentar a produtividade, como é o caso da manufatura avançada, que é um desafio global. Ao colocarmos em marcha esse plano buscamos dar resposta a isso", disse o ministro do MCTIC, Gilberto Kassab.

O diagnóstico do governo é que há muita disparidade na aplicação de tecnologias pela indústria. O Brasil tem tecnologia de ponta na aviação comercial, petróleo e gás, agricultura, pecuária e tecnologia bancária. Além disso, há setores em que o País tem potencial para desenvolvimento, como as indústrias têxtil e calçadista, que hoje tem uso baixo de técnicas de manufatura avançada.

"Podemos combinar os setores em que somos competitivos com aqueles em que podemos ser", afirmou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Prata.

"O país que não priorizar ciência e tecnologia vai ficar à margem do desenvolvimento econômico e social", acrescentou.

O plano estabelece algumas metas, como simplificação tributária para atração de investimentos e ampliação das possibilidades de isenção de imposto para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento.

O programa prevê ainda ajustes na lei e em programas de financiamento públicos para permitir o enfoque em projetos com essa temática. O plano ainda precisa passar pelo crivo da área econômica do governo.

Outra preocupação é a preparação dos trabalhadores para essas mudanças nos processos industriais. A ideia é que o uso de tecnologias avançadas possa ser uma oportunidade para elevar a produtividade dos trabalhadores e reduzir as desigualdades sociais.

Com o plano de manufatura, o governo espera elevar a participação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento na proporção do PIB de 1,28% em 2015 para 2% nos próximos anos, considerando dispêndios públicos e privados.

O objetivo é melhorar a posição do Brasil no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, em que o País já chegou a ocupar o 48º lugar em 2013, mas caiu para o 81º em 2016.

No ranking da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o Brasil está atualmente na 69ª posição, também pior que em 2013, quando estava na 64ª.

Sirius

Em mais uma ação para estimular os segmentos de ciência e tecnologia, o presidente Michel Temer e o ministro Gilberto Kassab vão vistoriar nesta quinta-feira, 15, em Campinas (SP) as obras do Sirius, acelerador de elétrons de última geração.

O Sirius é maior projeto da ciência no País hoje e deve ser entregue em 2018.

A ideia é que o projeto permita elevar as pesquisas em áreas como nanotecnologia, biotecnologia, energias alternativas, agricultura, saúde, física e ciências ambientais.

O Sirius brasileiro é o único na América Latina e será aberto para uso acadêmico e industrial, para análise de qualquer tipo de material.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaMinistério de Ciência e TecnologiaTecnologia da informação

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor