Economia

Governo estuda usar seguro-desemprego para poupar recursos ao Renda Brasil

Bolsonaro prometeu "cartão vermelho" para quem sugerir congelar as aposentadorias em troca do programa de renda mínima que sibstituiria o Bolsa Família

Ministério da Economia (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 09h14.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira, 15, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, é "parceiro" na agenda de reformas pró-mercado. O comentário foi feito durante coletiva de imprensa após pergunta sobre as dificuldades do ministério em prosseguir com as reformas em função do suposto veto de Bolsonaro a qualquer discussão sobre o assunto.

"Nós fomos eleitos com esta pauta e estamos avançando", afirmou Sachsida. "O que me parece que o presidente Bolsonaro coloca corretamente é que as discussões não podem ser públicas. Você não pode ficar lançando ideias publicamente. Acho que foi isso que ele deixou claro", disse o secretário.

A avaliação de Sachsida surge após informações de que estava em estudo no Ministério da Economia a possibilidade de desvinculação do salário mínimo dos benefícios previdenciários e congelamento, por dois anos, de aposentadorias e pensões. A medida abriria espaço no Orçamento de 2021 ao Renda Brasil, programa que substituiria o Bolsa Família.

Em entrevista à imprensa, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, também chegou a citar a restrição do seguro-desemprego para poupar recursos para o Renda Brasil.

Em vídeo publicado nesta terça nas redes sociais, o presidente Bolsonaro prometeu "cartão vermelho" para quem sugere congelar as aposentadorias. Ele também enterrou de vez o Programa Renda Brasil, que nem chegou a ser anunciado. "Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", afirmou Bolsonaro, em vídeo postado no Facebook.

Na coletiva desta terça, Sachsida não quis fazer comentários sobre o fim do Renda Brasil, anunciado por Bolsonaro. Ao ser questionado sobre a questão em diferentes momentos da entrevista ele destacou o caráter reformista do atual governo. "As reformas deste governo só encontram paralelo no Plano Real", disse.

Sachsida participou nesta terça-feira de coletiva de imprensa para falar dos novos parâmetros da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da EconomiaRenda BrasilSeguro-desemprego

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor