Economia

Governo deixará de economizar R$100 bi com mudanças em MPs

Segundo ministro, as alterações nas MPs dos ajuste fiscal farão o governo deixar de economizar R$ 100 bilhões em prazo de 10 a 15 anos


	O ministro da Previdência, Carlos Gabas: "esse conjunto de alterações feitas durante o período de tramitação nas comissões, reduz em quase a metade a economia nos próximos dez anos"
 (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro da Previdência, Carlos Gabas: "esse conjunto de alterações feitas durante o período de tramitação nas comissões, reduz em quase a metade a economia nos próximos dez anos" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 23h49.

O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, disse hoje (12) que as alterações feitas no Congresso nas medidas provisórias (MP) do chamado ajuste fiscal farão o governo deixar de economizar R$ 100 bilhões em um prazo de dez a 15 anos.

"Esse conjunto de alterações feitas durante o período de tramitação nas comissões, reduz em quase a metade a economia nos próximos dez anos. Não se pode dizer que reduz a metade inicialmente, porque as medidas têm um efeito bastante diferenciado. Medidas de longo prazo foram as que foram retiradas e medidas de médio e curto prazo foram mantidas. A economia no curto prazo quase que se mantém, no médio e no longo é que teve uma mudança significativa", disse.

Gabas foi ao Congresso para uma reunião com a bancada do PP para tratar das medidas que alteram benefícios previdenciários. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou uma das medidas, a MP 665 que altera as regras para o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso.

"Eu vim fazer uma reunião com a bancada do PP a respeito da Medida Provisória 664. Foram várias modificações na relatoria que amenizaram os efeitos do ponto de vista social da MP, e eu vim esclarecer para a bancada como fica [a medida] e como será votada amanhã", explicou o ministro para quem a votação do partido será favorável a aprovação.

Amanhã (13), os deputados votarão a MP 664/14 que altera as regras para a concessão de pensão por morte e auxílio-doença.

Entre as mudanças promovidas na comissão mista do Congresso, que analisou a medida,  e apresentadas no parecer do relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), está a redução de 24 meses para 18 meses o prazo mínimo de contribuição para que o cônjuge ou companheiro tenha direito à pensão por morte e à exigência de um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável para a concessão do benefício.

"Nós queríamos que o ajuste fosse aprovado da maneira como ele veio [do Executivo]. Ao longo desse tempo todo, ouvindo a base social, as centrais sindicais, os partidos políticos, toda a base do governo, o relator fez algumas alterações, inclusive uma alteração importante que é sobre o valor das pensões", disse.

A proposta original determinava que o cônjuge teria direito a 50% do valor da pensão e mais 10% para cada dependente, até no máximo de cinco.  Em seu relatório, Zaratini modificou o texto e a pensão volta a ser integral e não mais distribuída na cota familiar.

"Nós temos convicção de que aprovaremos a medida da forma como ela saiu do relator, da forma como ela foi encaminhada aqui para a plenária", afirmou Gabas.

Segundo o ministro a cota familiar deve ser debatida em uma discussão futura no âmbito do fórum para tratar de questões previdenciárias e trabalhistas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff no Dia do Trabalho. De acordo com Gabas, o Fórum de Debates sobre Políticas de Trabalho, Renda, Emprego e Previdência será formado por representantes do governo, trabalhadores e empresários. Ele deverá debater temas, por exemplo, o fim do fator previdenciário e o período mínimo de contribuição. O fórum terá 180 dias para apresentar o resultado dos trabalhos. 

Gabas negou ainda que o governo vá incluir na MP 664, a mudança no fator previdenciário. "Não temos interesse de debater o fator previdenciário", disse.

O ministro negou ainda que as medidas retiram direitos dos trabalhadores. "Nós não retiramos nenhum direito quando foram enviadas às medidas.Todos os benefícios foram mantidos. O que nós fizemos foi racionalizar o acesso aos direitos porque haviam distorções enormes no aceso a esses direitos”.

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