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“Governo começou a descer a escada do realismo”, diz Maílson

Para o ex-ministro, dificilmente a economia vai crescer 2% nesse ano, como anunciado ontem pelo governo

Mailson da Nóbrega, ex-ministro:  “Governo começou a descer a escada do realismo” (Claudio Gatti/Veja)
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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 12h07.

São Paulo – A redução na projeção de crescimento do PIB anunciada ontem pelo governo indica que ele “começou a descer a escada do realismo” na opinião do ex-Ministro da Fazenda e sócio da Tendências Maílson da Nóbrega. “Ainda não chegou ao fim (da escada do realismo) porque dificilmente a economia irá cresce os 2% anunciado ontem pelo Ministro da Fazenda”, disse Maílson em entrevista para EXAME.com durante o EXAME Fórum .

Para Maílson da Nóbrega, a previsão é otimista e não é consenso no setor privado nem entre os economistas – que não preveem um crescimento superior a 1,7%, segundo o consultor. “Caminhamos para um crescimento entre 1,5% e 1,7%”, disse.

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Até o anúncio de ontem, a expectativa do governo era de um crescimento de 3% para 2012. Nessa semana, os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir suas previsões de crescimento para o PIB em 2012, de 1,64% para 1,62%, de acordo com o boletim Focus.

“Para 2013, dificilmente as projeções do governo vão se confirmar”, disse Maílson. A expectativa da Tendências é de crescimento de 3,8% do PIB em 2013, dependendo do cenário mundial. A expectativa para 2013 do mercado, segundo o boletim Focus, é de crescimento de 4%.

Medidas de incentivo

Para Maílson da Nóbrega, a presidente Dilma Rousseff precisa vencer duas barreiras ideológicas para privatizar: Uma delas é, efetivamente, privatizar. A outra é abandonar a ideia de que privatização do PT tem que ser diferente da dos governos tucanos. Para Maílson da Nóbrega, modicidade tarifária não funciona. “É uma privatização boa, mas envergonhada”, disse.

Ontem, Mantega anunciou mais 25 setores na lista de desoneração. Nessa semana, também foi anunciado o corte dos encargos sobre energia elétrica.

Cenário externo

Na Europa, está ficando cada vez mais claro que a desintegração do euro é cada vez mais improvável. “Os líderes já mostraram que entenderam a tragédia que isso seria”, afirmou. Com isso, na opinião de Maílson, fica cada vez mais remota a saída de um dos integrantes da zona do euro, como a Grécia.

Já para os Estados Unidos, embora talvez o país ainda precise de mais incentivos, a opinião de Maílson é de que o Federal Reserve fez um movimento importante ao anunciar um novo estímulo, e que a medida deveria ser muito mais aplaudida do que criticada.

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