Economia

Governo autoriza leilões para sustentar preços de trigo

Medida era aguardada há semanas e chegou a ser prevista pelo Ministério da Agricultura para a semana encerrada em 18 de novembro

Trigo: preço mínimo do grão está definido atualmente em 38,65 reais por saca (Wikimedia Commons)

Trigo: preço mínimo do grão está definido atualmente em 38,65 reais por saca (Wikimedia Commons)

R

Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 09h49.

São Paulo - O governo federal publicou nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União, portaria interministerial que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a realizar leilões para garantir a produtores rurais o preço mínimo do trigo, cujas cotações têm despencado em função de uma safra recorde no país e de grande oferta no exterior.

A medida era aguardada há semanas e chegou a ser prevista pelo Ministério da Agricultura para a semana encerrada em 18 de novembro.

O governo decidiu que o apoio à comercialização ocorrerá por meio de leilões de Pepro e PEP, segundo a portaria. No primeiro, os produtores participam de um leilão para disputar um prêmio que é a diferença entre os valores de mercado e o preço mínimo definido pelo governo. No segundo instrumento, a disputa é por uma subvenção paga às empresas que fizerem a compra e a venda do produto, incluindo moinhos e fábricas de ração animal.

O despacho confirma que a Conab terá até 150 milhões de reais para gastar com os leilões nesta temporada.

Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, os recursos serão suficientes para subvencionar a comercialização de 1,2 milhão a 1,7 milhão de toneladas do cereal.

O preço mínimo do trigo está definido atualmente em 38,65 reais por saca. Analistas reportam que a média dos negócios realizados está em 34,80 reais no Paraná e 30 reais no Rio Grande do Sul. Os dois Estados são os principais produtores de trigo do país.

A primeira rodada de leilões está agendada para 2 de novembro, segundo editais publicados pela Conab.

O leilão de Pepro irá oferecer prêmio equalizador de preços para produtores e cooperativas do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no total de 107,5 mil toneladas.

Já o leilão de PEP terá o escoamento de outras 107,5 mil toneladas, exclusivamente das classificações "pão/melhorador" do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para receber a subvenção, os compradores terão que comprovar o escoamento do trigo para qualquer localidade, exceto os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O valor do prêmio será divulgado pela Conab até dois dias antes dos leilões.

"Teremos que esperar os prêmios para ver o efetivo interesse do mercado, tanto interno quanto externo e os níveis de prêmio que serão praticados", avaliou a consultoria Trigo & Farinhas, em relatório

Ela destacou também que a novidade dos editais é a inclusão das indústrias de ração ou agricultores que comprem para usar o trigo como ração como participantes do leilão.

"O governo pretende fazer ainda de cinco a seis leilões de Pepro e PEP", disse o Ministério da Agricultura, em nota.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaGovernoTrigo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor