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Governo admite que pode rever mudança no seguro-desemprego

Secretário-geral da Presidência da República disse que novas regras anunciadas no final de 2014 podem ser "melhoradas e ajustadas"

Carteira de Trabalho (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

João Pedro Caleiro

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 12h02.

São Paulo - O governo Dilma já reconhece que pode voltar atrás em algumas das mudanças no seguro-desemprego , como já havia antecipado a Folha.

Uma reportagem desta manhã no Bom Dia Brasil, da Rede Globo, trouxe declarações de Miguel Rosseto, secretário-geral da Presidência da República.

Ele disse que "é evidente que [as novas regras do seguro-desemprego] podem ser melhoradas, podem ser ajustadas, desde que preservados esses conceitos básicos". Nesta manhã, ele reafirmou os princípios da política do governo em encontro com blogueiros.

O pacote de mudanças nos benefícios trabalhistas, anunciado nos últimos dias de 2014, previa uma economia de R$ 9 bilhões por ano só com o seguro-desemprego e um corte equivalente nas despesas de abono salarial, seguro-defeso e pensão por morte.

É parte do esforço fiscal para conseguir um superávit primário (receita menos gastos, sem contar juros) de 1,2% do PIB este ano.

As mudanças previam que a carência para o primeiro pedido subiria de 6 para 18 meses trabalhados nos últimos 24 meses. No segundo pedido, passaria de 6 para 12 meses nos últimos 16. A carência para o terceiro pedido ficava igual, em 6 meses. Para o ministro Nelson Barbosa, os ajustes são "do tamanho correto".

De acordo com as centrais sindicais, as novas regras prejudicariam em especial os jovens recém-inseridos no mercado de trabalho, justamente em um ano no qual deve haver algum aumento do desemprego.

A mudança diminuiria o acesso ao benefício em 25%, segundo uma estimativa. Um protesto ontem na Paulista reuniu 2 mil pessoas contra as medidas.

"Nós não estamos dispostos a debater retirada de direitos e a penalização dos trabalhadores", disse para o programa Quintino Severo, secretário de Finanças da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A avaliação é que diante da pressão, a Medida Provisória não passaria no Congresso do jeito que está. O que se discute agora é um ajuste da carência inicial de 18 para 12 meses, um recuo que não é bem visto pelo mercado.

A ideia inicial do governo era propor mudanças durante a tramitação, mas a situação ficou mais difícil diante das declarações do ministro Joaquim Levy de que o modelo do benefício é "ultrapassado".

O gasto do governo com seguro-desemprego explodiu na última década mesmo com o desemprego tendo atingido baixas históricas. Formalização, aumento do salário mínimo e rotatividade foram os fatores centrais.

A Folha revelou no início da semana que as mudanças nos benefícios trabalhistas já haviam sido decididas antes da eleição pela equipe anterior do ex-ministro Guido Mantega.

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São Paulo - O governo Dilma já reconhece que pode voltar atrás em algumas das mudanças no seguro-desemprego , como já havia antecipado a Folha.

Uma reportagem desta manhã no Bom Dia Brasil, da Rede Globo, trouxe declarações de Miguel Rosseto, secretário-geral da Presidência da República.

Ele disse que "é evidente que [as novas regras do seguro-desemprego] podem ser melhoradas, podem ser ajustadas, desde que preservados esses conceitos básicos". Nesta manhã, ele reafirmou os princípios da política do governo em encontro com blogueiros.

O pacote de mudanças nos benefícios trabalhistas, anunciado nos últimos dias de 2014, previa uma economia de R$ 9 bilhões por ano só com o seguro-desemprego e um corte equivalente nas despesas de abono salarial, seguro-defeso e pensão por morte.

É parte do esforço fiscal para conseguir um superávit primário (receita menos gastos, sem contar juros) de 1,2% do PIB este ano.

As mudanças previam que a carência para o primeiro pedido subiria de 6 para 18 meses trabalhados nos últimos 24 meses. No segundo pedido, passaria de 6 para 12 meses nos últimos 16. A carência para o terceiro pedido ficava igual, em 6 meses. Para o ministro Nelson Barbosa, os ajustes são "do tamanho correto".

De acordo com as centrais sindicais, as novas regras prejudicariam em especial os jovens recém-inseridos no mercado de trabalho, justamente em um ano no qual deve haver algum aumento do desemprego.

A mudança diminuiria o acesso ao benefício em 25%, segundo uma estimativa. Um protesto ontem na Paulista reuniu 2 mil pessoas contra as medidas.

"Nós não estamos dispostos a debater retirada de direitos e a penalização dos trabalhadores", disse para o programa Quintino Severo, secretário de Finanças da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A avaliação é que diante da pressão, a Medida Provisória não passaria no Congresso do jeito que está. O que se discute agora é um ajuste da carência inicial de 18 para 12 meses, um recuo que não é bem visto pelo mercado.

A ideia inicial do governo era propor mudanças durante a tramitação, mas a situação ficou mais difícil diante das declarações do ministro Joaquim Levy de que o modelo do benefício é "ultrapassado".

O gasto do governo com seguro-desemprego explodiu na última década mesmo com o desemprego tendo atingido baixas históricas. Formalização, aumento do salário mínimo e rotatividade foram os fatores centrais.

A Folha revelou no início da semana que as mudanças nos benefícios trabalhistas já haviam sido decididas antes da eleição pela equipe anterior do ex-ministro Guido Mantega.

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