Economia

Governador da Califórnia aprova maior salário mínimo do país

A medida é uma das iniciativas mais ambiciosas de estreitar o fosso que separa os ricos dos pobres nos Estados Unidos


	Salário mínimo: a medida enfrentou resistência por parte de empresários e políticos republicanos
 (AFP)

Salário mínimo: a medida enfrentou resistência por parte de empresários e políticos republicanos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2016 às 14h58.

Los Angeles - O governador da Califórnia, Jerry Brown, sancionou nesta segunda-feira o projeto de lei que prevê elevar o salário mínimo estadual dos atuais US$ 10 por hora para US$ 15 até 2022.

A medida, que anda lado a lado com um projeto parecido no Estado de Nova York, é uma das iniciativas mais ambiciosas de estreitar o fosso que separa os ricos dos pobres nos Estados Unidos.

Para analistas, outros estados podem seguir o exemplo californiano, dada a relutância do Congresso em legislar sobre o tema mesmo diante dos apelos do presidente Barack Obama.

"Isto é sobre justiça econômica. É sobre as pessoas. É sobre criar um pequeno reequilíbrio dentro de um sistema que se torna cada vez mais desequilibrados", disse Brown antes de sancionar o projeto de lei.

A medida enfrentou resistência por parte de empresários e políticos republicanos, que argumentam que a elevação do salário mínimo pode custar o emprego de milhares de pessoas.

Uma análise legislativa chegou à conclusão de que o custo para o contribuinte chegará a US$ 3,6 bilhões por ano por causa da elevação dos salários de funcionários públicos.

Um salário mínimo-base de US$ 15 terá "impactos devastadores sobre pequenos negócios na Califórnia", disse Tom Scott, diretor-executivo do diretório estadual da Federação Nacional de Negócios Independentes.

"Ignorar as vozes e preocupações da maior parte dos que criam vagas de trabalho neste estado é uma mostra do quão preocupante é a situação em Sacramento (a capital do Estado)."

Atualmente, cerca de 2,2 milhões de trabalhadores recebem o salário mínimo no Estado.

Segundo estimativas do professor de economia da Universidade da Califórnia, David Neumark, o incremento nos ganhos pode custar o emprego de entre 5% e 10% dos trabalhadores menos qualificados.

Para o governador, o Estado da Califórnia, que sozinho, representa a oitava maior economia do mundo, pode absorver esses choques sem incorrer neste tipo de problema. 

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