Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais (Secretaria de Relações Institucionais/Flickr/Divulgação)
Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 14h08.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira, 22, que o principal fator por trás do aumento da dívida pública brasileira é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano.
Em publicação na rede social X (ex-Twitter), a ministra disse que os juros elevados “sugam” recursos do Orçamento e comprometem “a prestação de serviços públicos, os programas sociais e os investimentos do governo para o desenvolvimento do país”.
A declaração ocorre após a decisão do Banco Central (BC), em 10 de dezembro, de manter a Selic em 15% ao ano. Foi a quarta reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom) sem alteração da taxa. O colegiado volta a se reunir em 45 dias.
A maior responsável pelo aumento da dívida pública continua sendo a taxa básica de juros de 15% ao ano, e não a despesa do governo, diferentemente do que a gente lê na mídia mais uma vez neste final de ano. Apontam um crescimento de 5% acima da inflação na despesa, mas querem…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 22, 2025
Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou sentir “cheiro” de corte na taxa básica de juros em breve, mas negou qualquer tipo de pressão sobre o presidente do BC, Gabriel Galípolo.
"É ele quem tem que tomar a decisão, e eu espero que ele esteja cheirando o mesmo ar de desejo que eu estou cheirando agora, e se ele fizer isso vai ser bom para ele, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil, vai ser bom para a indústria, vai ser bom para o desemprego, vai ser bom para o salário e vai ser bom para todo mundo", disse Lula em coletiva de imprensa em 18 de dezembro.
A Selic já chegou a 45% ao ano em 1999, quando atingiu o maior nível da série histórica. O governo avalia que o patamar atual, de 15% ao ano, segue elevado e esperava uma redução mais expressiva da taxa nas últimas reuniões, mesmo após a interrupção do ciclo de alta dos juros sob a gestão de Galípolo.
A taxa básica de juros pode variar por diferentes fatores, mas seus principais determinantes costumam ser a inflação e o ritmo da atividade econômica.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, analistas consultados pelo Banco Central revisaram para cima a expectativa para a Selic em 2026. A projeção para o fim do próximo ano passou para 12,25%, ante 12,13% na mediana anterior.