Economia

Galípolo: Resiliência no consumo deve persistir com Bolsa Família e queda da inflação

Para diretor do BC, o volume de recursos liberados pela PEC da Transição criou platô de recursos públicos na economia

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2024 às 19h58.

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira, 27, que o consumo das famílias deve seguir resiliente no Brasil, em decorrência do fortalecimento de programas sociais, em especial o Bolsa Família da nova política de reajuste do salário mínimo e da queda da inflação.

"O consumo das famílias vem apresentando resiliência, que deve persistir", comentou o diretor do BC em aula inaugural para alunos de graduação do Instituto de Economia da Unicamp.

Galípolo avaliou ainda que, apesar da perspectiva de menor impulso fiscal, o volume de recursos liberados pela PEC da Transição, que abriu espaço no orçamento para os pagamentos do Bolsa Família, entre outras despesas, criou um "platô" de recursos públicos na economia que sustenta a resiliência da atividade.

Após citar a balança comercial, que vem mostrando superávits robustos, Galípolo voltou a dizer que a posição do Brasil de exportador líquido de petróleo em meio a um mundo com diversas tensões geopolíticas representa menor vulnerabilidade a choques internacionais.

Aos alunos da Unicamp, o diretor do BC voltou a destacar também as oportunidades que podem ser aproveitadas pelo Brasil diante dos movimentos de reorganização das cadeias de produção. Nesse sentido, ele apontou uma relativa saturação dos investimentos na Índia e no México, países que estão entre os que mais atraíram investimentos vindos da descentralização da produção na China.

Ele pontuou ainda que, a partir do momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) começar a cortar juros, uma montanha de US$ 6 trilhões alocados em títulos de curto prazo vão buscar oportunidades. "E o Brasil pode se apresentar como polo de atração", disse o diretor do BC.

Por outro lado, Galípolo voltou a citar como "ponto de desafio" o baixo nível, há décadas, dos investimento no País, com ganhos de produtividade concentrados no agronegócio, o que leva a ciclos curtos de crescimento.

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