O foco da reunião é a crise na Europa que começou na Grécia e já atinge Espanha e Itália (Fred Dufour/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2011 às 09h49.
Paris - As principais economias do mundo mantiveram a firme pressão para que a Europa resolva a sua crise da dívida, com um senso de urgência que ficou refletido em comunicado ao final da reunião dos líderes do G20, neste sábado.
A Alemanha e a França se comprometeram a preparar um plano para deter a contaminação da crise, proteger os bancos europeus e a economia mundial.
"Ouvimos dos nossos colegas da Eurozona sobre as ações nas quais eles estão trabalhando, mas acredito que eles deixarão Paris sem nenhum mal-entendido de que existe uma enorme quantidade de pressão sobre eles para que apresentem uma solução para a crise", disse o ministro de Finanças britânico, George Osborne, aos repórteres.
"(A crise) continua sendo o epicentro dos atuais problemas da economia mundial. E (o encontro) do Conselho Europeu é claramente o momento em que as pessoas estão esperando algo realmente impressionante".
O rascunho do comunicado, que ainda precisa ser assinado pelos ministros de Finanças e chefes dos bancos centrais do G20, "espera trabalhos adicionais para maximizar o impacto do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) com o objetivo de enfrentar o contágio (da crise) e para o resultado do encontro do Conselho Europeu em 23 de outubro".
Os esforços de alguns países para aumentar a munição do Fundo Monetário Internacional (FMI) no combate à crise encontraram resistência dos Estados Unidos e de outras nações na sexta-feira, sepultando esta ideia, por enquanto, e colocando a pressão novamente na Europa.
Os Estados Unidos estão entre os países que querem manter a pressão sobre os europeus para que atuem de forma mais decisiva para acabar com a crise que começou na Grécia, mas desde então se espalhou para a Irlanda e Portugal e já atinge também a Espanha e a Itália.
BANCOS
O plano franco-alemão, que está sendo preparado para apresentação à cúpula da União Européia, poderá pedir aos bancos expostos à dívida grega que aceitem perdas maiores que os 21 por cento acertados em julho, o que parece insuficiente.
O que ainda precisa ser decidido é se esse compromisso pode ser alcançado com a participação voluntária dos bancos.
O rascunho do comunicado informa que o G20 irá "garantir que os bancos estejam capitalizados adequadamente e tenham acesso suficiente aos financiamentos. Os bancos centrais, recentemente, tomaram ações decisivas nesse sentido e continuarão preparados para prover liquidez aos bancos".