Fundos devem se adaptar à "atual realidade", diz Aldo Mendes
O diretor de Política Monetária do BC alertou para a necessidade de "mudança cultural" que rompa com práticas herdadas de quanto o país lutava com alta inflação
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2013 às 17h33.
São Paulo - A indústria de fundos brasileira precisa adaptar suas estratégias às novas condições da economia local, como taxas de juros baixas e dívida menor do governo, afirmou nesta terça-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central , Aldo Mendes, no mais recente pedido para que os mercados financeiros elevem o financiamento em novos investimentos.
A indústria de fundos no Brasil --que por anos tirou vantagem dos altos custos de empréstimo do país para fazer lucro-- precisa absorver "uma mudança cultural" que rompa com práticas herdadas do momento em que o país lutava com altas taxas de inflação, disse ele em evento em São Paulo.
"É preciso avançar para novos padrões estruturais e buscar romper com práticas ainda herdadas de períodos inflacionários pretéritos", afirmou o diretor.
Mendes reafirmou que "este novo movimento" acontece sob a exigência de uma estrutura política macroeconômica com o suporte da taxa de câmbio flutuante, mandato para manter a inflação sob controle e práticas responsáveis de gastos governamentais.
Nos últimos dois anos, alguns investidores disseram que a administração da presidente Dilma Roussef abandonou esse modelo para buscar crescimento econômico mais rápido.
"Estão pautadas para o debate... os desafios impostos por uma mudança cultural que se faz necessária", completou Mendes. "(Trata-se de) uma oportunidade ímpar para os gestores de fundos rediscutirem a adequação da indústria à atual realidade econômica do País e seus desdobramentos futuros."
O Brasil tem a sexta maior indústria de fundos do mundo, com mais de 1,2 trilhão de dólares em ativos sob gerenciamento. Uma queda nos custos de empréstimos para a mínima recorde no ano passado está forçando os gestores a construírem uma base mais diversificada de instrumentos financeiros para ajudar a atrair novos clientes e impulsionar os retornos.
O diretor recusou-se a comentar sobre política monetária quando procurado durante o evento, que foi patrocinado pela Anbima, entidade que representa instituições financeiras.