Varejo aquecido: especialista defende medidas para esfriar a economia (.)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2010 às 14h58.
Brasília - O cenário atual da inflação no Brasil é complicado e caso não haja um freio na área fiscal e no crédito, o país pode continuar a enfrentar dificuldades no ano que vem. Com esta análise, a economista Monica Baumgarten de Bolle, da Galanto Consultoria, não vê nenhuma surpresa no resultado da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que acelerou para 0,63% em maio, em comparação com a taxa de 0,48% em abril, divulgada nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a especialista, o corte de R$ 10 bilhões no Orçamento da União anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não é suficiente, pois o Brasil vive um momento de sobreaquecimento da demanda. "A projeção da inflação está muito próxima de 6%. Se o país continuar com a mesma política fiscal, com as despesas no mesmo ritmo dos últimos 18 a 20 meses, e com a expansão de crédito público, o problema pode se arrastar até o ano que vem", afirma Monica de Bolle.
A capacidade para conter a inflação do Banco Central (BC) é limitada. Além da taxa básica de juros, o BC pode aumentar o compulsório, que no Brasil já é altíssimo, explica a economista. "O que vamos continuar vendo é deterioração da expectativa de inflação. O governo não está dando nenhum sinal de que vai tomar alguma atitude mais firme para colaborar com o BC", disse ela.
Na avaliação de Monica Baumgarten de Bolle, se a inflação continuar em alta, em breve o consumidor deve sentir o peso no bolso, com aumento dos preços em geral. "O que deve acontecer nos próximos meses é uma continuação do IPCA neste nível e encerrarmos o ano com inflação na faixa de 6%, podendo passar deste patamar", prevê a economista.
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