Freelancers aproveitam mudanças causadas pela internet
As empresas reduzem despesas por meio da contratação de freelancers, que trocam a segurança por um estilo de vida flexível
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 13h08.
Washington - Depois de dois anos em sua nova carreira escrevendo códigos para aplicativos de telefones, Leo Landau trabalha para empresas em lugares tão distantes quanto a Austrália sem deixar seu apartamento em Eugene, Oregon. Até o final do ano ele espera receber US$ 10 mil a mais do que inspecionando edifícios em busca de amianto, um trabalho que ele perdeu em 2008.
“Eu estou trabalhando de casa, estabelecendo meus próprios horários e ganhando um bom dinheiro”, disse Landau. Ele não planeja mudar-se para o Vale do Silício, na Califórnia, mesmo que possa conseguir trabalhos mais bem remunerados lá. Por enquanto, o programador autodidata, 31, diz que desfruta de ganhar dinheiro rapidamente por meio do Elance, um website no qual empresas e contratantes de curto prazo formam equipes.
Freelancers digitais como Landau representam uma crescente parcela de trabalhadores americanos. Um estudo da Accenture Plc estima que representam 20 por cento da força de trabalho dos EUA enquanto o Sindicato dos Freelancers, um grupo com sede em Nova York, joga o número para 42 milhões.
Alguns desses independentes são atraídos pelo estilo de vida flexível, outros por não conseguirem localmente um trabalho à altura de suas habilidades. Eles estão substituindo o trabalho tradicional -- como empregados de uma empresa -- por um cesta de projetos realizados pela internet.
A recessão que terminou em junho de 2009 ajudou a estimular o trabalho freelance como um caminho para os recém-desempregados se sustentarem, e a prática ganhou força desde então. As mudanças na internet possibilitam que as empresas reduzam despesas por meio da contratação de freelancers, que trocam um salário confiável pela possibilidade de decidir como trabalham.
Mudança de visão
“Todas as grandes recessões mudam a visão a respeito da maneira de abordar o trabalho”, disse Andrew Liakopoulos, chefe em Chicago da Deloitte Consulting LLP e coautor de um relatório deste ano intitulado “The Open Talent Economy”, ou “A Economia do Talento Aberto”. As pessoas “não necessariamente precisam estar totalmente empregadas, com um número e um crachá”.
Os freelancers frequentemente são altamente qualificados e escolhem esse estilo de trabalho porque oferece flexibilidade e variedade, disse Liakopoulos.
“As pessoas costumavam ter um trabalho estável de 40 horas semanais”, disse Sara Horowitz, que fundou o Sindicato dos Freelancers. “O que nós estamos vendo agora é uma economia na qual as pessoas estão indo de trabalho em trabalho, fazendo uma série de trabalhos curtos e chamando isso de carreira”.
Não contabilizados
Esses trabalhadores talvez sejam excluídos de estatísticas oficiais de empregos porque as medições não foram adaptadas para cobrir novas e mais fluídas modalidades de trabalho, disse ela. “Eu acho que os números de desemprego estão errados”, disse Horowitz. “Eles não estão refletindo a realidade dos americanos que estão trabalhando”.
Serviços como o da Elance Inc., com sede em Mountain View, Califórnia, estão suavizando o processo de encontrar, monitorar e pagar trabalhadores auxiliares. Os perfis dos membros que estão buscando trabalho mostram suas credenciais, portfólios e as respostas que obtiveram; eles normalmente competem por projetos apresentando ofertas no site.
Os caçadores de trabalho no Elance variam de designers gráficos a advogados. A empresa declara que, desde que o site começou a listar trabalhos em 2006, mais de US$ 883 milhões foram para os contratados.
O negócio foi tão robusto para Jenifer Toussant, 32, mãe de três filhos em Pittsburgh, que ela recrutou subcontratados. Ela perdeu seu emprego em finanças no final de 2008 e criou seu próprio negócio preparando transcrições de depoimentos, teleconferências e outras gravações. Agora Toussant gerencia um time de mais de 20 companheiras digitadoras, todas elas mulheres americanas que ela contrata por meio do Elance.
Trabalho feito
“Elas podem fazer compras, tirar um cochilo e não há qualquer problema, desde que o trabalho seja feito”, disse Toussant, que paga sua equipe por meio do Elance. “Eu não gosto quando você trabalha para as empresas e elas pensam que são suas donas”.
Toussant, que diz que planeja dar a suas principais digitadoras um aumento no ano que vem, está ocupada mudando seu escritório de lugar, da varanda para o sofá, dentro de casa.
“Pessoas materialistas não são atraídas pelo trabalho freelance, porque ele toma todo o seu tempo e você não vai lucrar muito no início”, disse ela. “Mas eu sou aventureira e eu posso conduzir meu próprio barco”.
Washington - Depois de dois anos em sua nova carreira escrevendo códigos para aplicativos de telefones, Leo Landau trabalha para empresas em lugares tão distantes quanto a Austrália sem deixar seu apartamento em Eugene, Oregon. Até o final do ano ele espera receber US$ 10 mil a mais do que inspecionando edifícios em busca de amianto, um trabalho que ele perdeu em 2008.
“Eu estou trabalhando de casa, estabelecendo meus próprios horários e ganhando um bom dinheiro”, disse Landau. Ele não planeja mudar-se para o Vale do Silício, na Califórnia, mesmo que possa conseguir trabalhos mais bem remunerados lá. Por enquanto, o programador autodidata, 31, diz que desfruta de ganhar dinheiro rapidamente por meio do Elance, um website no qual empresas e contratantes de curto prazo formam equipes.
Freelancers digitais como Landau representam uma crescente parcela de trabalhadores americanos. Um estudo da Accenture Plc estima que representam 20 por cento da força de trabalho dos EUA enquanto o Sindicato dos Freelancers, um grupo com sede em Nova York, joga o número para 42 milhões.
Alguns desses independentes são atraídos pelo estilo de vida flexível, outros por não conseguirem localmente um trabalho à altura de suas habilidades. Eles estão substituindo o trabalho tradicional -- como empregados de uma empresa -- por um cesta de projetos realizados pela internet.
A recessão que terminou em junho de 2009 ajudou a estimular o trabalho freelance como um caminho para os recém-desempregados se sustentarem, e a prática ganhou força desde então. As mudanças na internet possibilitam que as empresas reduzam despesas por meio da contratação de freelancers, que trocam um salário confiável pela possibilidade de decidir como trabalham.
Mudança de visão
“Todas as grandes recessões mudam a visão a respeito da maneira de abordar o trabalho”, disse Andrew Liakopoulos, chefe em Chicago da Deloitte Consulting LLP e coautor de um relatório deste ano intitulado “The Open Talent Economy”, ou “A Economia do Talento Aberto”. As pessoas “não necessariamente precisam estar totalmente empregadas, com um número e um crachá”.
Os freelancers frequentemente são altamente qualificados e escolhem esse estilo de trabalho porque oferece flexibilidade e variedade, disse Liakopoulos.
“As pessoas costumavam ter um trabalho estável de 40 horas semanais”, disse Sara Horowitz, que fundou o Sindicato dos Freelancers. “O que nós estamos vendo agora é uma economia na qual as pessoas estão indo de trabalho em trabalho, fazendo uma série de trabalhos curtos e chamando isso de carreira”.
Não contabilizados
Esses trabalhadores talvez sejam excluídos de estatísticas oficiais de empregos porque as medições não foram adaptadas para cobrir novas e mais fluídas modalidades de trabalho, disse ela. “Eu acho que os números de desemprego estão errados”, disse Horowitz. “Eles não estão refletindo a realidade dos americanos que estão trabalhando”.
Serviços como o da Elance Inc., com sede em Mountain View, Califórnia, estão suavizando o processo de encontrar, monitorar e pagar trabalhadores auxiliares. Os perfis dos membros que estão buscando trabalho mostram suas credenciais, portfólios e as respostas que obtiveram; eles normalmente competem por projetos apresentando ofertas no site.
Os caçadores de trabalho no Elance variam de designers gráficos a advogados. A empresa declara que, desde que o site começou a listar trabalhos em 2006, mais de US$ 883 milhões foram para os contratados.
O negócio foi tão robusto para Jenifer Toussant, 32, mãe de três filhos em Pittsburgh, que ela recrutou subcontratados. Ela perdeu seu emprego em finanças no final de 2008 e criou seu próprio negócio preparando transcrições de depoimentos, teleconferências e outras gravações. Agora Toussant gerencia um time de mais de 20 companheiras digitadoras, todas elas mulheres americanas que ela contrata por meio do Elance.
Trabalho feito
“Elas podem fazer compras, tirar um cochilo e não há qualquer problema, desde que o trabalho seja feito”, disse Toussant, que paga sua equipe por meio do Elance. “Eu não gosto quando você trabalha para as empresas e elas pensam que são suas donas”.
Toussant, que diz que planeja dar a suas principais digitadoras um aumento no ano que vem, está ocupada mudando seu escritório de lugar, da varanda para o sofá, dentro de casa.
“Pessoas materialistas não são atraídas pelo trabalho freelance, porque ele toma todo o seu tempo e você não vai lucrar muito no início”, disse ela. “Mas eu sou aventureira e eu posso conduzir meu próprio barco”.