Economia

Fórum Econômico Mundial busca nova narrativa para América Latina

A edição latino-americana do fórum de Davos debaterá diversos temas de grande importância para a região

América Latina: "A sociedade civil não tolera mais a corrupção", declarou hoje a diretora do fórum (Ruben Sprich/Reuters)

América Latina: "A sociedade civil não tolera mais a corrupção", declarou hoje a diretora do fórum (Ruben Sprich/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2018 às 22h37.

Última atualização em 14 de março de 2018 às 10h37.

São Paulo - O Fórum Econômico Mundial para a América Latina foi aberto nesta terça-feira em São Paulo disposto a buscar uma nova narrativa na região, que enfrenta neste ano um ciclo eleitoral no qual entrará em jogo a batalha contra a corrupção, tema que será debatido durante o evento.

"A sociedade civil não tolera mais a corrupção", declarou hoje a diretora do fórum, Marisol Argueta de Barillas, durante a entrevista coletiva que marcou a abertura.

Além da corrupção, a edição latino-americana do fórum de Davos, que reunirá mais de 750 líderes de 40 países até quinta-feira, debaterá diversos temas de grande importância para a região, como a liderança responsável, o uso da tecnologia para o desenvolvimento econômico e social e a igualdade de gênero.

Argueta destacou que, neste ano, o evento terá a participação mais alta de mulheres de todas as edições realizadas na América Latina. O tema desta vez é "América Latina num ponto de inflexão: formando novas narrativas".

A busca dessa nova narrativa ocorre em um ambiente incerto, marcado por eleições, a recuperação econômica e a incerteza no panorama global gerada pelos Estados Unidos, disse em entrevista à Agência Efe a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena.

"É um ano cheio de coisas importantes para a América Latina. Estamos em um momento no qual não só há mudanças de governo, mas também de olhares", afirmou.

Neste sentido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou hoje para sair em defesa do livre mercado e rejeitar as políticas protecionistas enquanto a comunidade internacional teme uma guerra comercial após o recente 'tarifaço' imposto pelos Estados Unidos ao aço e ao alumínio.

"Defendemos o comércio, defendemos a abertura comercial, que beneficia a sociedade com competitividade, produtividade e oportunidades. Não podemos concordar com medidas protecionistas", frisou Alckmin na entrevista coletiva.

Um dos convidados mais esperados do evento é o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, que analisará em duas mesas de debate os novos acordos da globalização e os horizontes do comércio na época digital.

Os benefícios que a tecnologia pode trazer para o desenvolvimento econômico e social serão outro eixo do fórum latino-americano, que buscará como implementar a quarta revolução industrial.

Para Argueta, as novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, Internet das Coisas ou a automatização do tecido produtivo, temas de debate nos próximos dias, devem ser o "catalisador de uma mudança que pode gerar benefícios para a população".

"São desafios enormes e com consequências não totalmente avaliadas, e isso reforça a necessidade da educação básica e de qualidade para um emprego do futuro que sofrerá mudanças inumeráveis", afirmou Alckmin.

O prefeito de São Paulo, João Doria, foi na mesma direção e apontou como o principal desafio da região a geração de emprego e renda.

"Geração de emprego e geração de renda é um desafio comum para todos os países latino-americanos, com um desenvolvimento econômico e social", destacou.

O XIII Fórum Económico para a América Latina iniciará amanhã a rodada de debates, e até quinta-feira reunirá ministros de nove países, assim como o presidente Michel Temer, que amanhã abrirá a sessão plenária ao lado de Pelé.

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