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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
A Perdigão está apostando no food service (refeições fora de casa) como um dos segmentos de maior potencial de crescimento no mercado nacional. Atualmente, ele representa 7% do volume de vendas da empresa e, segundo a gerente de Food Service da Perdigão, Marisilda Nabhan Guerra, vem aumentando a cada ano. "o faturamento da companhia tem crescido, em média, 10% ao ano, mas as vendas para food service têm superado isso", conta.
Segundo Marisilda, o setor ainda engatinha no Brasil, mas tem expandido rapidamente, a uma taxa superior a 10% ao ano na última década. "Isso é decorrente do aumento do número de mulheres que trabalham fora, da maior escassez de tempo e da própria complexidade da vida moderna. Hoje, ninguém mais tem tempo para almoçar em casa. Comer fora é muito mais prático e, além disso, já virou uma alternativa de lazer", explica.
A idéia de investir no food service surgiu após um estudo no qual a companhia analisou o que empresas do mundo inteiro faziam para elevar seu faturamento. "Hoje, cerca de 25% da renda familiar é destinada à alimentação fora do lar. É muito pouco se comparado a países da Europa, onde o mercado é mais desenvolvido", afirma a executiva.
Pelo levantamento da Perdigão, o food service brasileiro tem cerca de 1,3 milhão de estabelecimentos formais e informais, que inclui bares e lanchonetes. Para conquistar a clientela, a empresa investe em atendimento. "Não adianta você desenvolver produtos maravilhosos, mas incompatíveis com as reais condições do seu cliente. Por isso, desenvolvo pacotes específicos para cada um, baseados na análise do público-alvo, da renda per capita, dos hábitos de consumo. Estudo também as operações, como vai estocar e usar os produtos, que tipo de freezer usa. Somente então desenvolvo o cardápio e produtos específicos ou ofereço alternativas dentro do meu portfólio", conta Marisilda.
Calcanhar de Aquiles
De acordo com Marisilda, a principal deficiência do food service brasileiro é a logística. "São poucas as indústrias com capacidade de entrega em âmbito nacional. Hoje, os operadores de food service não têm mais espaço para estocagem, o que requer um sistema just-in-time."
Outro quesito fundamental, segundo ela, é a padronização. "Uma rede de fast food não pode fazer o mesmo prato de formas diferentes em cada loja. Seu crescimento depende de que tudo seja padronizado: porcionamento, gramatura, sabor, qualidade", ressalta Marisilda.