Queimadas na Amazônia levaram a uma crise diplomática internacional (Lucas Landau/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 19 de setembro de 2019 às 11h03.
Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 11h04.
Um importante comitê do parlamento da Áustria rejeitou um projeto do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul devido à preocupação com os incêndios na Amazônia, no mais recente sinal de resistência ao pacto alcançado em junho.
Em uma decisão vinculante para o governo, quase todos os partidos do subcomitê da UE votaram contra o acordo com a zona de livre comércio do Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
"A floresta tropical é incendiada na América do Sul para criar pastagens e exportar carne com desconto para a Europa", disse Elisabeth Koestinger, ex-ministra da Agricultura do conservador Partido Popular, em comunicado após a votação de quarta-feira. "A UE não deve recompensar isso com um acordo comercial."
A oposição europeia ao pacto aumentou com as queimadas na Floresta Amazônica. O presidente da França, Emmanuel Macron, chamou o presidente Jair Bolsonaro de "mentiroso" antes da reunião do Grupo dos Sete no mês passado e ameaçou bloquear o acordo.
Em julho, legisladores da Irlanda manifestaram oposição devido ao impacto do acordo sobre agricultores do país.
A Áustria está sob o comando de um governo interino enquanto aguarda eleições antecipadas em 29 de setembro. O parlamento do país ainda pode reverter a decisão futuramente, e o texto do acordo só deve ficar pronto em meados do próximo ano.