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Focus e IPCA-15 desta terça podem dar mais munição para governo pressionar BC por queda de juros

Copom se reunirá na próxima semana, em 1 e 2 de agosto, e Lula quer uma queda de pelo menos 0,5 ponto percentual da Selic

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 25 de julho de 2023 às 06h10.

Os dados do Boletim Focus do Banco Central (BC) e o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 ( IPCA-15 ) de julho, que serão divulgados nesta terça, 25, devem dar mais munição para o governo bombardear a autoridade monetária por uma queda de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá na próxima semana, em 1 e 2 de agosto, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da equipe econômica querem uma redução de pelo menos 0,5 ponto percentual da Selic, para 13,25% ao ano.

A equipe do presidente do BC, Roberto Campos Neto, estimou na último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que o IPCA deveria registrar alta de 0,29% em julho. Esse resultado considera uma queda 0,25 ponto percentual da Selic, com base nas declarações de Campos Neto e dos demais membros do Copom.

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Com isso,um resultado do IPCA-15 de julho menor que 0,29% dará mais munição para o governo pressionar a autoridade monetária. No mercado, alguns analistas esperam leve deflação. A mediana das expectativas aponta para queda de 0,03%.

A expectativa para a taxa Selic no fim deste ano tem ficado estável nas últimas semanas no Boletim Focus. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 está em 12,00% nas últimas duas semanas. Para o término de 2024, em 9,50%. Há pouco mais de um mês, as estimativas eram de 12,25% e 9,50%, nessa ordem.

Arrecadação

Além dos dados de inflação e as expectativas de mercado, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, comentará nesta terça o resultado da arrecadação federal de junho de 2023.

Em maio,a arrecadação totalizou R$ 176,8 bilhões, o maior valor já registrado para esse mês desde 1995, segundo os dados da Receita. Apesar do recorde histórico, os números mostram desaceleração, ou seja, um ritmo de crescimento menor do que vinha sendo registrado.

Nos cinco primeiros meses de 2023, a arrecadação de tributos federais totalizou R$ 962,5 bilhões. Com valores corrigidos pela inflação, somou R$ 972,9 bilhões, com crescimento real de 1,02%. Um dos fatores que explica esse movimento é a valorização do real frente ao dólar e a queda no preço das commodities, sobretudo petróleo e metais. Como o Brasil é exportador desses produtos, a arrecadação diminui com as cotações mais baixas.
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