Exame Logo

FMI vê queda de 1% do PIB do Brasil em 2015

Relatório do fundo estima que o PIB do Brasil neste ano vai cair 1%, com as políticas fiscal e monetária mais restritas e cortes de investimento da Petrobras

Real: No entanto, o FMI diz que o sucesso na implementação do ajuste fiscal e outras medidas podem contribuir para o fortalecimento da confiança (Bruno Domingos/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 20h28.

São Paulo - O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) estima que a economia brasileira irá encolher 1 por cento este ano, e que a retomada do crescimento depende em grande medida da implementação das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo , de acordo com documento divulgado pela entidade internacional nesta sexta-feira.

No documento, o Fundo considera "prioridade imediata" a resolução de questões ligadas à Petrobras e encoraja o governo a fortalecer a governança das empresas estatais do país.

As considerações foram feitas após visita de funcionários do FMI ao Brasil, dentro do cronograma de consultas periódicas realizadas aos países membros, e que depois são avaliadas pela diretoria do organismo.

O FMI disse que as políticas fiscal e monetária mais restritivas e os cortes de investimento da Petrobras devem piorar neste ano cenário para a atividade econômica, que já vem se deteriorando desde do ano passado Por outro lado, o documento apontou que o sucesso na implementação do ajuste fiscal e outras medidas podem contribuir para o fortalecimento da confiança, ajudando a atrair investimentos no fim de 2015 e consolidando as bases para a volta do crescimento no ano que vem.

O FMI projeta crescimento de 0,9 por cento do PIB em 2016 e de 2,2 por cento em 2017.

Os diretores do Fundo também apontaram a necessidade de reformas para impulsionar a produtividade e a capacidade de crescimento econômico, recomendando prioridade na área de investimento em infraestrutura e iniciativas para melhorar, por exemplo, a eficiência tributária.

"A priorização de reformas e maior participação do setor privado serão chave para o sucesso", disse trecho do documento. Nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou discurso afinado com o do FMI depois de participar de reunião com secretários da Fazenda dos Estados, reforçando a importância da convergência de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e ressaltando que a agenda de infraestrutura estaria entre os próximos passos do governo.

"A palavra-chave para o investimento é a parceria com mercados de capitais e setor financeiro", disse o ministro. O FMI se mostrou preocupado com a situação das contas externas brasileiras, que classificou de "mais fraca do que o desejado", após o déficit em conta corrente ter subido para 4,2 por cento do PIB em 2014, ante 2,4 por cento em 2012.Mas o organismo saudou a recente decisão do Banco Central de diminuir as intervenções no câmbio e recomendou que as interferências sejam feitas apenas para suavizar a excessiva volatilidade do mercado, "permitindo assim uma maior depreciação da taxa de câmbio em linha com os fundamentos e a promoção da competitividade externa".

POLÍTICA MONETÁRIA

No relatório, os diretores do Fundo concordaram, de maneira geral, com a manutenção da política monetária apertada e saudaram o comprometimento com a meta de inflação e prontidão para tomar novas medidas de forma a não ameaçá-la. O FMI estima que a inflação medida pelo IPCA fechará o ano em 7 por cento--acima do teto da meta--, desacelerando em 2016 para 5,4 por cento. No início de março, o Banco Central deu prosseguimento ao aperto nos juros básicos da economia, elevando a Selic a 12,75 por cento ao ano.

*Texto atualizado às 20h26

São Paulo – O FMI projeta que a economia mundial vai crescer 4,5% em 2018. Nada mal, considerando que a projeção para 2013 é de crescimento de 3,3%. As informações são do relatório World Economic Outlook (Perspectiva sobre a economia mundial), divulgado pelo Fundo na última semana. A maior parte das projeções de crescimento para 2013 e 2014 caiu em relação a publicação anterior, divulgada em janeiro.  Nas economias avançadas, a expectativa para 2013 é de gradual aceleração na atividade, seguindo um começo fraco, com os Estados Unidos no comando. Nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, a atividade já ganhou velocidade, segundo o FMI. O fundo alerta “Perigos antigos permanecem e novos riscos vieram à tona”.  Veja as projeções do fundo para o crescimetno das principais economias em 2013, 2014 e 2018.
  • 2. Estados Unidos

    2 /22(Kay Nietfeld/Corbis/Latin Stock)

  • Veja também

    O fundo projeta que a economia norte-americana vai crescer 2,9% em 2018. Para os próximos anos, a expectativa é de aumento de 1,9% em 2013 e 3,0% em 2014. Ambas projeções caíram em relação as projeções do relatório anterior. As quedas foram de 0,2 ponto percentual e 0,1 ponto percentual, respectivamente. Em 2012, a economia norte-americana cresceu 2,2%.
  • 3. Zona do Euro

    3 /22(Sean Gallup/Getty Images)

  • Após cair 0,6% em 2012, a economia da Zona do Euro deve seguir caindo (0,3%) em 2013, segundo projeção do FMI. Para 2014, a expectativa é de crescimento de 1,1%. A projeção para 2013 caiu 0,2 p.p. em relação à projeção anterior. Para 2018, a projeção de crescimento é de 1,6%.
  • 4. Alemanha

    4 /22(Andreas Rentz/Getty Images)

    A Alemanha, que ainda se mantém com crescimento positivo (0,9% em 2012) deve crescer 0,6% em 2013, 1,5% em 2014 e 1,2% em 2018. A projeção de 2013 subiu 0,1 p.p. em relação à expectativa anterior.
  • 5. França

    5 /22(Getty Images)

    A projeção para a França é de queda de 0,1% no PIB real em 2013 e elevação de 0,9% em 2014 - após se manter em zero em 2012. A expectativa para 2018 é de crescimento de 1,9%. A projeção para 2013 caiu 0,4p.p. em relação a anterior.
  • 6. Itália

    6 /22(Ezra Shaw/Getty Images)

    Um dos países que mais vivencia a crise (seu PIB real caiu 2,4% em 2012) continuará vendo seu PIB cair em 2013 (queda de 1,5%) para depois crescer 0,5% em 2014 e 1,2% em 2018, segundo as projeções do FMI. A revisão das expectativas tirou mais 0,4 p.p. da projeção para 2012.
  • 7. Espanha

    7 /22(Jasper Juinen/Getty Images)

    Outro país símbolo da crise na Zona do Euro, a Espanha viu seu PIB realcair 1,4% em 2012. As projeções para 2013 e 2014 cairam 0,1p.p. em relação ao relatório anterior. A projeção para o PIB real em 2013 é de queda de 1,6%. Para 2014, a expectativa é de crescimento de 0,7% - e de 1,6% em 2018.
  • 8. Japão

    8 /22(Getty Images)

    As expectativas para o Japão também mudaram em relação ao relatório anterior – mas ao contrário do que ocorreu com as da Itália e da Espanha, elas subiram. A projeção de crescimento em 2013 subiu 0,4 pp, passando para 1,6%. Para 2014, a projeção é 0,7pp maior, de elevação de 1,4%.  A projeção para crescimento em 2018 é de 1,1%.
  • 9. Reino Unido

    9 /22(Wikimedia Commons)

    O Reino Unido cresceu 0,2% em 2012 e as projeções apontam para crescimento de 0,7% em 2013 e 1,5% em 2014 – e os números estão 0,3p.p. inferiores às projeções da pesquisa anterior. Para 2018, a projeção do FMI é de crescimento de 2,5%.
  • 10. Canadá

    10 /22(GettyImages)

    O Canadá cresceu 1,8% em 2012 e o FMI projeta que irá crescer 1,5% em 2013 (queda de 0,3p.p. em relação a expectativa anterior), 2,4% em 2014 (aumento de 0,1p.p.) e 2,2% em 2018.
  • 11. Rússia

    11 /22(Ilya Naymushin/Reuters)

    A expectativa do FMI é que o PIB real da Rússia cresça 3,6% em 2018. Na Rússia, a projeção para 2013 repete o crescimento obtido em 2012: 3,4% (a revisão diminuiu a projeção em 0,3p.p.). Para 2014, a projeção é de crescimento de 3,8%.
  • 12. China

    12 /22(Getty Images)

    A China segue crescendo muito, de acordo com as projeções, mas não vai bater os 9,3% registrados em 2011. O país cresceu 7,8% em 2012 e as projeções apontam para 8,0% em 2013 e 8,2% em 2014. E elas foram revisadas, diminuindo 0,1 p.p. e 0,3 p.p. respectivamente em relação a anterior. A projeção de crescimento para 2018 é de 8,5%.
  • 13. Índia

    13 /22(Andrew Caballero-Reynolds/AFP)

    A Índia cresceu 4,0% em 2012. Apesar de suas projeções de crescimento terem caído (-0,2 p.p.) e 2014 (-0,1p.p.), as projeções se destacam em meio a tantas expectativas baixas de crescimento: 5,7% em 2013, 6,2% em 2014 e 7,0% em 2018.
  • 14. Brasil

    14 /22(Wikimedia Commons)

    As projeções de crescimento do PIB real do Brasil novamente estão no 3,0% que o país esperava obter em 2012 – mas acabou registrando 0,9%. A expectativa do FMI é de crescimento de 3,0% em 2013, de 4,0% em 2014 e de 4,2% em 2018. Elas foram revisadas, com queda de 0,5p.p. da projeção para 2013 em relação à expectativa do relatório anterior e elevação de 0,1p.p. para 2014.
  • 15. México

    15 /22(Kevin C. Cox/Getty Images)

    O México cresceu 3,9% em 2012. A projeção para 2013 é a mesma para 2014: crescimento de 3,4%. Para 2018, a expectativa está em 3,3%. A revisão para as duas projeções em relação ao relatório anterior também foi a mesma: queda de 0,1ppp.
  • 16. África do Sul

    16 /22(Getty Images)

    O FMI projeta um crescimento de 3,1% na África do Sul em 2018. O país cresceu 2,5% em 2012. Para 2013 a projeção é de 2,8% e, 2014, aumento de 3,3%. Em relação ao relatório de janeiro, a mudança foi uma queda de 0,8p.p. na projeção de 2014.
  • 17. América Latina e Caribe

    17 /22(Divulgação)

    Na América Latina e Caribe, o crescimento foi de 3,0% em 2012 e a projeção é de 3,4% em 2013 e 3,9% em 2014 e em 2018. A projeção para crescimento em 2013 caiu 0,3p.p. em relação ao relatório anterior.
  • 18. Europa Central e Leste Europeu

    18 /22(Daniel Berehulak/Getty Images)

    O FMI projeta um crescimento de 3,8% do PIB real da Europa Central e do Leste Europeu. A região cresceu 1,6% em 2012. A projeção para 2013 é de crescimento de 2,2% (queda de 0,3p.p. em relação a projeção do relatório anterior) e de 2,8% em 2014 (queda de 0,4p.p.).
  • 19. Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão

    19 /22(Wikimedia Commons)

    Para 2018, a projeção do FMI para o crescimento dessa região é de 3,5%. A região cresceu 4,7% em 2012 e as projeções para 2013 e 2014 são de crescimento de 3,1% e 3,7%, respectivamente. Em relação ao relatório anterior, ocorreu queda de 0,3p.p. e 0,1 p. p.
  • 20. África subsaariana

    20 /22(Getty Images)

    A região cresceu 4,8% em 2012. A projeção para 2013 é de crescimento de 5,6%, seguido por 6,1% em 2014 e 5,5% em 2018. Em relação ao relatório anterior, a projeção para 2013 caiu 0,2pp. Na projeção para 2013 ocorreu uma alta de 0,4p.p.
  • 21. Ásia em desenvolvimento

    21 /22(China Photos/Getty Images)

    O FMI projeta um crescimento de 7,7% do PIB real da região em 2018. A região cresceu 6,6% em 2012. A projeção para 2013 é de crescimento de 7,1% e de 7,3% em 2014 (queda de 0,1p.p. em relação a projeção do relatório anterior).
  • 22. Veja também onde é mais caro viver

    22 /22(Wikimedia Commons)

  • Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFMIGovernoIndicadores econômicosPIBPIB do Brasil

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Economia

    Mais na Exame