Economia

FMI reduz projeção de PIB do Brasil em 2018 para 1,8%

Fundo cita que a piora na perspectiva de crescimento reflete os "efeitos persistentes da greve" e as "incertezas políticas"

Fundo Monetário Internacional reduziu a projeção do Produto Interno Bruto do Brasil para 1,8% (Yuri Gripas/Reuters)

Fundo Monetário Internacional reduziu a projeção do Produto Interno Bruto do Brasil para 1,8% (Yuri Gripas/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de julho de 2018 às 11h41.

Última atualização em 16 de julho de 2018 às 11h43.

São Paulo - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 1,8% no relatório de Perspectiva Econômica Mundial deste mês, ante 2,3% em abril. Para 2019, a previsão de 2,5% foi mantida. A instituição já havia antecipado a revisão na semana passada, no comunicado do Conselho Executivo sobre as conclusões das consultas do capítulo IV para o Brasil.

No documento divulgado nesta segunda-feira, 16, o Fundo cita que a piora na perspectiva de crescimento reflete os "efeitos persistentes da greve", referindo-se à paralisação dos caminhoneiros em maio, e as "incertezas políticas".

O Brasil também está inserido em um contexto mais desafiador para economias emergentes. Segundo o FMI, as perspectivas de crescimento entre os emergentes estão mais "desniveladas", citando o aumento dos preços do petróleo, os juros mais altos nos Estados Unidos, a escalada das tensões comerciais e as pressões sobre as moedas de algumas economias com "fundamentos mais fracos".

O fundo ressalta que o dólar se fortaleceu globalmente mais de 5% em termos reais desde fevereiro. Nesse período, as moedas de economias avançadas ficaram inalteradas, enquanto as de economias emergentes tiveram nítida desvalorização, segundo o FMI. "O real se depreciou mais de 10% com uma recuperação econômica menor do que a esperada e incertezas políticas."

Políticas prioritárias

Sem citar nominalmente o Brasil, o FMI afirma que "muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento" precisam aumentar a resiliência por meio de um mix apropriado de políticas fiscais, monetárias, cambiais e para reduzir a vulnerabilidade a condições financeiras globais mais apertadas e inversões de fluxos de capital.

O fundo ainda cita que permitir um câmbio flexível será um importante meio para amortecer os impactos adversos de choques externos, embora os efeitos da depreciação cambial nos balanços privados e públicos e sobre as expectativas de inflação devam ser monitorados de perto.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFMIPIB do Brasil

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor