Economia

FMI diz que recuperação desigual não é saudável

O FMI espera que a economia global cresça 3,3% neste ano, com os países emergentes à frente


	Christine Lagarde, chefe do FMI: a titular do FMI declarou que "o pior" da crise parece ter ficado para trás, mas lamentou que o atual ritmo de recuperação ainda não seja suficientemente robusto para criar empregos.
 (REUTERS)

Christine Lagarde, chefe do FMI: a titular do FMI declarou que "o pior" da crise parece ter ficado para trás, mas lamentou que o atual ritmo de recuperação ainda não seja suficientemente robusto para criar empregos. (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Washington - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira que a economia mundial está em um momento "crítico" e que o atual processo de recuperação não é suficiente e nem saudável.

"Mais de 200 ministros de Finanças e governadores de bancos centrais estão reunidos em Washington em um momento crítico para fazer um balanço da recuperação, ver quais são as perspectivas, os velhos riscos e os novos", disse Lagarde em entrevista coletiva.

"Essa recuperação de três velocidades não é suficiente", destacou a diretora do Fundo, que insistiu que é necessária "uma economia global que avance a pleno vapor", e acrescentou que devido às "fortes interconexões" na economia global, "uma recuperação desigual não é a mais saudável".

O FMI espera que a economia global cresça 3,3% neste ano, com os países emergentes à frente, os Estados Unidos em um distante segundo lugar e Japão e, sobretudo, a zona do euro, no último vagão.

A titular do FMI declarou que "o pior" da crise, que começou em 2008, parece ter ficado para trás, mas lamentou que o atual ritmo de recuperação ainda não seja suficientemente robusto para criar empregos.

Lagarde declarou também que aumentar o ritmo da economia global exigirá "políticas personalizadas". Nesse sentido, ela mencionou que os países emergentes precisam evitar "excessos financeiros" e reforçar a supervisão e regulação.

Os EUA, por sua vez, devem revisar o ritmo de seu ajuste fiscal e prestar atenção à demanda privada, segundo o FMI. Já a zona do euro, "que conseguiu muito em um período curto de tempo", precisa concretizar a união bancária, e o Japão deve reduzir sua dívida.


O pronunciamento de Lagarde durante a assembleia conjunta do FMI e o Banco Mundial (BM), que começa oficialmente amanhã em Washington coincidiu com o anúncio de que a ex-ministra de Finanças francesa terá que comparecer no próximo mês perante a justiça em seu país devido ao chamado "caso Tapie".

O site de notícias "Mediapart" divulgou hoje que Lagarde será interrogada no dia 23 de maio sobre um pagamento recebido em meio a um caso judicial envolvendo o empresário Bernard Tapie.

Lagarde garante que não cometeu nenhum delito quando pôs fim a uma disputa judicial entre o estado e o empresário Bernard Tapie ao aceitar que fosse solucionado através de uma arbitragem. Tapie recebeu 285 milhões de euros do erário por causa dessa decisão.

Como parte da investigação, a casa de Lagarde em Paris foi submetida a um registro judicial em março deste ano.

"Não há nada novo sob o sol", afirmou hoje a ex-ministra francesa, que assegurou que sabia desde 2011 que em algum momento teria que testemunhar no caso.

"Estou encantada por viajar a Paris durante uns dias", afirmou Lagarde.


Pouco antes da entrevista coletiva de Lagarde, o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, pediu um esforço da comunidade interncaional para enfrentar os desafios da mudança climática, classificando-a como uma "enorme ameaça para o desenvolvimento econômico".

"A menos que o mundo tome ações decisivas agora, um planeta que se aquece de forma desastrosa ameaça impedir que a prosperidade esteja ao alcance de milhões de pessoas e fazer com que retrocedamos em décadas de avanços no desenvolvimento", afirmou Kim em entrevista coletiva.

O chefe do Banco Mundial reiterou o apelo feito há poucas semanas pelo fim da pobreza.

"Não tenho dúvida de que o mundo pode pôr fim à pobreza extrema em uma geração, mas isso será muito mais difícil do que a maioria das pessoas acredita", declarou. 

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