Economia

FMI adverte sobre fim da oportunidade de manter crescimento global

Esta semana o FMI reduziu a sua previsão de crescimento do PIB mundial a 3,7% para 2018 e 2019

FMI: "Existem riscos crescentes para a economia em um contexto de altas tensões comerciais" (Hamera Technologies/VEJA)

FMI: "Existem riscos crescentes para a economia em um contexto de altas tensões comerciais" (Hamera Technologies/VEJA)

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AFP

Publicado em 13 de outubro de 2018 às 14h53.

O FMI advertiu neste sábado (13) que a "janela de oportunidades" para manter o crescimento global está acabando devido a disputas comerciais e à crise nos países emergentes, e estimulou que não piorem as coisas com desvalorizações artificiais.

Os membros do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (CMFI), a instância do Fundo Monetário Internacional, publicaram as suas recomendações em um comunicado de encerramento da reunião anual do FMI e do Banco Mundial em Bali, ao término de uma semana de queda dos mercados financeiros.

"Com uma janela de oportunidades que se fecha, vamos promover urgentemente as políticas e reformas" necessárias para o crescimento e a prevenção de riscos, indicaram.

O crescimento mundial "deveria ser estável em curto prazo e moderado a partir de então. No entanto, a recuperação é cada vez mais desigual e alguns riscos já identificados foram parcialmente confirmados", assinala o texto.

"Riscos crescentes"

Esta semana o FMI reduziu a sua previsão de crescimento do PIB mundial a 3,7% para 2018 e 2019 (-0,2 pontos), ao mesmo nível que em 2017.

"Existem riscos crescentes para a economia em um contexto de altas tensões comerciais, preocupações geopolíticas, com condições financeiras mais difíceis e que afetam muitos mercados e países emergentes", destaca o organismo, que agrupa 189 países.

O secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, indicou esta semana que comunicou as suas preocupações ao dirigente do Banco Central chinês sobre a debilidade do iuane.

"Nosso objetivo com a China é muito claro: trata-se de ter uma relação comercial mais equilibrada", assegurou.

Ao contrário, o secretário se absteve de detalhar se acusaria a China de manipular a sua moeda em um relatório bianual da administração americana que será publicado na semana que vem.

"Se conseguirmos" essa relação mais equilibrada, continuou Mnuchin, "isso será muito positivo para as empresas e os tralhadores americanos, para os europeus, para o Japão e para todos os nossos aliados, e será positivo para a China."

Mnuchin afirmou que o objetivo de Washington é ter uma "relação recíproca, justa e livre" com o governo de Pequim.

Não às desvalorizações

Em seu comunicado, o FMI parece se dirigir às duas maiores economias mundiais em plena guerra sobre o comércio.

"Iremos nos abster de fazer desvalorizações competitivas e não usaremos as taxas de câmbio com fins competitivos", indica o texto.

O FMI apoia igualmente que haja negociações para restabelecer a confiança no comércio mundial e "melhorar a Organização Mundial do Comércio" (OMC).

"Os conflitos comerciais seriam negativos para todas as economias, não somente para Estados Unidos e China, mas para as economias de todo o mundo e da Ásia", indicou o dirigente do Banco Central japonês, Haruhiko Kuroda.

Esta semana, a volatilidade dos mercados mundiais se agravou devido a múltiplas preocupações econômicas, muitas delas nesta reunião do FMI, como as incertezas sobre economias emergentes, um menor ritmo de crescimento da China e a disputa entre Roma e a União Europeia por conta do orçamento da Itália.

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