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Fitch vê aumento de risco de racionamento de energia no país

Segundo a agência, essa situação tem potencial de afetar a qualidade de crédito das distribuidoras e geradoras de energia hidrelétrica

Energia: pressão de racionamento na qualidade de crédito das empresas depende do tamanho do corte, diz Fitch (Jeff Kubina / Flickr / Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 15h14.

São Paulo - A difícil recuperação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, em função da escassez de chuvas, aumenta a probabilidade de que haja um racionamento de energia no Brasil, de acordo com a Fitch Ratings.

Segundo a agência, essa situação tem potencial de afetar a qualidade de crédito das distribuidoras e geradoras de energia hidrelétrica.

Somente as empresas de transmissão e geradoras baseadas em fontes independentes não devem ser afetadas negativamente, diz a Fitch.

"A geração de fluxo de caixa de distribuidoras e geradoras de energia hidrelétrica é sensível ao consumo de energia e à quantidade de água disponível para produção, respectivamente, para cobrir suas dívidas e controlar métricas de crédito", afirma a Fitch.

A agência destaca que a potencial pressão de um racionamento na qualidade de crédito das empresas vai depender do tamanho desse racionamento.

"A disposição do governo federal e sua habilidade em compensar rapidamente a queda na receita e no fluxo de caixa das companhias também seria crucial para este cenário", afirma.

A Fitch lembra que, no último racionamento de energia no Brasil, de julho de 2001 a fevereiro de 2002, os consumidores finais tiveram que reduzir o consumo de energia em 20%, com o governo compensando as companhias afetadas com um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esse empréstimo foi pago em dois anos por meio do aumento de tarifa aos consumidores.

De acordo com a Fitch, a maior capacidade instalada das usinas termelétricas no Brasil e uma rede mais robusta para gerenciar e transmitir energia pelo país, quando comparados a 2001, mitiga parcialmente o risco de racionamento este ano.

"O Brasil está atualmente muito melhor posicionado nesses aspectos", comenta.

"A capacidade instalada das usinas térmicas atingiu 37,8 GW no final de 2014, representando 28,3% dos 133,9 GW de capacidade instalada total do país, em comparação com 10,5 GW e participação de 14% em dezembro de 2001", prossegue a Fitch.

"O desenvolvimento mais recente de parques eólicos projetos também é notável."

Entretanto, a agência ressalta que o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais representativo do país, chegou a 16,82% em 29 de janeiro, ante 40,28% em 31 de janeiro de 2014 e 31,41% no fim de janeiro de 2001.

A Fitch lembra que o nível médio dos reservatórios no fim do período de janeiro a abril de 2004 a 2013 foi de 64,38% e 81,55%, respectivamente.

"À medida que vai se aproximando o fim do período chuvoso, a recuperação dos reservatórios se torna mais desafiadora", destaca.

A agência diz ainda considerar positivo o discurso do governo federal a respeito do repasse da alta do custo de energia aos consumidores este ano, em vez recorrer a subsídios e empréstimos bancários às companhias.

"Essa estratégia de tarifas mais realistas evitaria descasamentos no fluxo de caixa das companhias e pode limitar o aumento da demanda", afirma.

Além disso, o potencial baixo crescimento do PIB no Brasil, estimado pela Fitch em 1,0% em 2015, "deve reduzir também o consumo de energia e ajudar o fornecimento de energia e o equilíbrio da demanda".

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Segundo a agência, essa situação tem potencial de afetar a qualidade de crédito das distribuidoras e geradoras de energia hidrelétrica.

Somente as empresas de transmissão e geradoras baseadas em fontes independentes não devem ser afetadas negativamente, diz a Fitch.

"A geração de fluxo de caixa de distribuidoras e geradoras de energia hidrelétrica é sensível ao consumo de energia e à quantidade de água disponível para produção, respectivamente, para cobrir suas dívidas e controlar métricas de crédito", afirma a Fitch.

A agência destaca que a potencial pressão de um racionamento na qualidade de crédito das empresas vai depender do tamanho desse racionamento.

"A disposição do governo federal e sua habilidade em compensar rapidamente a queda na receita e no fluxo de caixa das companhias também seria crucial para este cenário", afirma.

A Fitch lembra que, no último racionamento de energia no Brasil, de julho de 2001 a fevereiro de 2002, os consumidores finais tiveram que reduzir o consumo de energia em 20%, com o governo compensando as companhias afetadas com um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Esse empréstimo foi pago em dois anos por meio do aumento de tarifa aos consumidores.

De acordo com a Fitch, a maior capacidade instalada das usinas termelétricas no Brasil e uma rede mais robusta para gerenciar e transmitir energia pelo país, quando comparados a 2001, mitiga parcialmente o risco de racionamento este ano.

"O Brasil está atualmente muito melhor posicionado nesses aspectos", comenta.

"A capacidade instalada das usinas térmicas atingiu 37,8 GW no final de 2014, representando 28,3% dos 133,9 GW de capacidade instalada total do país, em comparação com 10,5 GW e participação de 14% em dezembro de 2001", prossegue a Fitch.

"O desenvolvimento mais recente de parques eólicos projetos também é notável."

Entretanto, a agência ressalta que o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais representativo do país, chegou a 16,82% em 29 de janeiro, ante 40,28% em 31 de janeiro de 2014 e 31,41% no fim de janeiro de 2001.

A Fitch lembra que o nível médio dos reservatórios no fim do período de janeiro a abril de 2004 a 2013 foi de 64,38% e 81,55%, respectivamente.

"À medida que vai se aproximando o fim do período chuvoso, a recuperação dos reservatórios se torna mais desafiadora", destaca.

A agência diz ainda considerar positivo o discurso do governo federal a respeito do repasse da alta do custo de energia aos consumidores este ano, em vez recorrer a subsídios e empréstimos bancários às companhias.

"Essa estratégia de tarifas mais realistas evitaria descasamentos no fluxo de caixa das companhias e pode limitar o aumento da demanda", afirma.

Além disso, o potencial baixo crescimento do PIB no Brasil, estimado pela Fitch em 1,0% em 2015, "deve reduzir também o consumo de energia e ajudar o fornecimento de energia e o equilíbrio da demanda".

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