Economia

Fipe reduz projeção para IPC de junho de 0,19% para 0,16%

Revisão para baixo foi puxada por queda inesperada nos preços de Vestuário; aumento nos preços de Viagem também influenciou

Vestuário: setor comandou redução no IPC de junho (Pixabay/Reprodução)

Vestuário: setor comandou redução no IPC de junho (Pixabay/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2019 às 17h30.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 17h31.

São Paulo - A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de junho foi reduzida de 0,19% para 0,16%, principalmente por causa da surpresa com os preços de Vestuário, afirma o coordenador do índice, Guilherme Moreira. Na terceira quadrissemana, o IPC teve alta de 0,12%, de 0,08% na leitura anterior, mas a magnitude do recuo de Vestuário (-0,12% para -0,26%) foi uma surpresa para a Fipe, que espera queda de 0,11%.

"A crise está brava. O inverno mal começou e já tem liquidação. Esperava-se que esses preços estivesse subindo, surpreendeu pela queda", disse ele. Para o fim do mês, a Fipe estima que o grupo deve ceder 0,18%, de taxa zero anteriormente. Em maio, o grupo avançou 0,13%.

Moreira diz que, em grande parte, o resultado da terceira quadrissemana é explicado pelo aumento nos preços de Viagem. Ainda que tenha desacelerado de 15,16% para 11,87%, o item contribuiu com 0,12 ponto porcentual para o índice, a maior influência individual. "Se não fosse passagem, o índice seria zero." O grupo Despesas Pessoais também arrefeceu, de 1,23% para 1,06%, e deve terminar o mês em 0,78% (ante 0,84% em maio), segundo a Fipe.

Ainda contribuíram para a alta do indicador na terceira quadrissemana de junho os itens energia elétrica (1,81% para 1,36%), com 0,05 ponto, e água/esgoto (1,27% para 2,45%), com 0,04 ponto. Os dois itens devem continuar subindo até o fim do mês, diz o coordenador. Para a conta de luz, a expectativa é de 1,76%. Para Habitação (0,46% para 0,56%), a projeção é de 0,68%, de 0,07% em maio.

Por outro lado, os alimentos e os combustíveis seguiram amenizando a aceleração do IPC. O principal destaque é o feijão (-16,45% para -15,35%), com impacto negativo de 0,08 ponto sobre o índice. Em pesquisas mais recentes, a leguminosa indica queda de 19%. "Vai continuar com queda forte, devolvendo o encarecimento do início do ano", diz Moreira. Até maio, o item acumulava alta de 54% no ano.

O coordenador do índice também destaca o comportamento de carnes bovinas (0,02% para 1,24%), que podem estar sendo beneficiadas pelo aumento pontual da oferta doméstica pela restrição temporária de exportação para a China. No fim de junho, Moreira espera que Alimentação (-0,97% para -0,68%), tenha redução da deflação, com queda de 0,48% (ante -1,05% no mês anterior).

Em Transportes (-0,01% para -0,14%), o principal destaque é etanol (-7,18% para -6,94%), que influenciou para baixo o indicador em 0,04 ponto. A gasolina (-0,01% para -0,86%) teve contribuição negativa de 0,02%. Moreira estima que esses itens devem continuar caindo, levando o grupo para recuo de 0,23% no fim de junho, de alta de 0,55% em maio.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFipeIPC

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor