IPC: os alimentos in natura tiveram deflação de 3,94% no sétimo mês de 2013 (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2013 às 14h30.
São Paulo - O período de deflação na cidade de São Paulo ficou restrito ao mês de julho. Depois da queda de 0,13% registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) prevê alta de 0,27% no indicador no fim de agosto. Se a taxa for alcançada, será a mesma apurada em agosto de 2012.
A estimativa foi divulgada nesta sexta-feira, 2, pelo economista e coordenador do IPC, Rafael Costa Lima, em entrevista na sede da Fipe ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Os dois principais grupos - Alimentação e Transportes - que deram alívio importante ao IPC de julho também deverão ser os carros-chefe da inflação em agosto. Após essas classes de despesa terem declínios de 0,40% e 1,30% em julho, respectivamente, deverão ficar no campo positivo em agosto. A previsão é de elevação de 0,31% para Alimentação e de 0,09% para Transportes, de acordo com a Fipe.
"Transportes devem acelerar um pouco, depois do fim do efeito da revogação (aumento das tarifas em São Paulo), com combustíveis dando indícios de alta", disse.
Segundo Costa Lima, alguns alimentos, especialmente os in natura, já dão sinais de esgotamento. "Aparentemente a maioria dos in natura não tem mais espaço para cair. Os alimentos semielaborados também já estão pressionando (0,47% em julho) e os industrializados (-0,13% em julho) já dão indícios de que também vão pressionar", avaliou.
Os alimentos in natura tiveram deflação de 3,94% no sétimo mês de 2013.
Costa Lima ressalta que há alguns efeitos sazonais importantes que tendem a ter impacto sobre o IPC de agosto, como o choque ligado à última frente fria, que tende a encarecer os produtos que usam o trigo como matéria-prima.
Além disso, mencionou o leite, cujo preço está subindo nos últimos meses e que, por enquanto, não dá sinais de trégua. No IPC de julho, o preço do leite longa vida teve alta de 8,53%, enquanto os panificados avançaram 0,62%. Ele também avalia que a desvalorização cambial, embora ainda não tenha influenciando a inflação na cidade de São Paulo, é outro ponto que pode pressionar o IPC à frente.