Economia

FGV revisa IPC-S de novembro de 0,40% para 0,30%

A projeção feita no início do mês pela instituição era de que o índice fechasse o mês em 0,40%

Supermercado em São Paulo: sequência de problemas para o Marfrig (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Supermercado em São Paulo: sequência de problemas para o Marfrig (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 16h12.

São Paulo - O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) deve ficar em torno de 0,30% no fechamento de novembro, projetou o economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, André Braz. A projeção feita no início do mês pela instituição era de que o índice fechasse o mês em 0,40%. "Devemos ficar em torno de 0,30% ou até em números mais baixos que isso. O IPC-S já está mostrando 0,35% na segunda quadrissemana e é possível mais desaceleração", disse Braz. Na segunda quadrissemana do mês, o índice declinou para 0,35% ante 0,43% na primeira prévia de novembro. No encerramento do mês passado, o IPC-S ficou em 0,48%.

A projeção de variação de 5,4% no índice no fechamento do ano, de acordo com Braz, é mantida até agora. "Por enquanto vale a pena manter porque há alguns movimentos que não conseguimos prever até o final do ano, fatores que podem acelerar o IPC-S sem que isso seja um fator generalizado", completou.

De acordo com o economista, as hortaliças e legumes foram responsáveis pela desaceleração na segunda quadrissemana deste mês, mas ainda há itens importantes de agropecuária que já recuaram no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPA), também da FGV, que ainda não foram captados pelo IPC-S. "A continuidade nessa desaceleração não vai ser garantida só por hortaliças e legumes, pois o IPA já mostra que vários itens como arroz, feijão e carne bovina estão desacelerando. O IPC-S ainda não captou por completo esse efeito e mais para frente vamos verificar recuos mais intensos na taxa de variação destes itens", disse, mencionando que o IPA registrou também recuos nos preços de carne suína e de frango.


A desaceleração prevista para as próximas quadrissemanas "é o que o IPC-S está devendo do que o IPA já nos antecipou", afirmou Braz, que acredita que o indicador fechará o mês abaixo da previsão de 0,40%. A desaceleração medida na leitura mais recente está ligada à volatilidade do grupo de hortaliças e legumes. Na segunda quadrissemana do mês, todos os cinco itens com maiores influências negativas no indicador compõem a classe dos alimentos, com destaque para tomate, (que passou de uma variação de -18,35% na primeira prévia do mês para -30,61%), cenoura (de -20,45% para -19,26%), cebola (de -7,25% para -10,46%), carne moída (de -1,79% para -3,40%) e batata-inglesa (de -0,02% para -4,11%). Alimentação como um todo variou de 0,59% na primeira quadrissemana para 0,26% na segunda prévia do IPC-S.

A desaceleração do grupo Transportes, que passou de 0,43% para 0,30%, está ligada à queda nos preços de seguro facultativo para automóveis (de -0,86% para -0,33%), ressaltou o economista. O preço da gasolina também recuou, de 1,63% para 1,39%, mas o combustível ainda encabeça a lista dos itens com maior influência positiva na segunda prévia do IPC-S.

O comportamento do grupo de Vestuário, que reverteu a desaceleração e foi de 0,42% na primeira quadrissemana para 0,61% na segunda, ainda não está relacionado com a proximidade das festas e compras de final de ano, de acordo com Braz. "Se fosse o efeito demanda eu diria que todas as peças mais procuradas nesta época do ano já estariam apontando numa mesma direção. O comportamento é um pouco de ajuste que o grupo normalmente passa", disse. Segundo ele, um dos itens que saem mais nessa época do ano, blusas femininas, desacelerou fortemente na leitura recente (de 0,65% para 0,05%).

A alta no grupo Educação, Leitura e Recreação, que foi de 0,38% para 0,55%, por sua vez, está mais ligada ao setor recreativo. O preço do teatro, por exemplo, passou de 0,28% para 6,32% na leitura atual. Show musical passou de 0,36% para 2,58% e cinema subiu de 1,32% para 1,64%. O reajuste das mensalidades escolares, de acordo com o economista, só terá impacto no IPC-S na primeira quadrissemana de janeiro.

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