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FGV prevê desaceleração do IPC-S em 2015

Coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal lembrou que a inflação captada pelo indicador nos últimos cinco anos veio bastante pressionada

Supermercado: coordenador do IPC-S disse projetar desaceleração da inflação captada pelo índice em 2015 (Arquivo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 14h11.

São Paulo - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal ( IPC -S) de 2014 acumulou taxa de 6,87% e, com isso, atingiu o maior nível da série histórica, iniciada pela Fundação Getulio Vargas ( FGV ) em 2003, informou o coordenador do indicador, Paulo Picchetti, que, disse projetar uma desaceleração da inflação captada pelo índice em 2015, para o nível de 6,6%.

Questionado sobre o número aguardado para o IPC-S do ano que se inicia, Picchetti não demonstrou otimismo, mesmo tem a expectativa de uma taxa menos pressionada.

"O nível de 6,6% ainda é altíssimo", lamentou.

O coordenador do IPC-S lembrou que a inflação captada pelo indicador nos últimos cinco anos veio bastante pressionada, dando um maior respiro para o consumidor apenas em 2013, quando acumulou alta de 5,63%.

Em 2010, o IPC-S subiu 6,24%; em 2011, acumulou taxa de 6,36%; e, em 2012, atingiu a marca de 5,74%.

"O buraco foi mesmo em 2013 e a natureza deste buraco tem como resposta os preços administrados", disse Picchetti, lembrando que as reduções nas tarifas de energia elétrica foram fundamentais para levar a alta do grupo para o nível acumulado de 5,47% no ano retrasado.

Em 2014, os administrados tiveram elevação bem mais significativa, de 12,89%. "Em 2013, houve uma mudança artificial", destacou, referindo-se ao represamento de diversas tarifas.

Para 2015, Picchetti espera que um grupo que vem sendo grande vilão durante vários anos recentes se transforme numa espécie de "mocinho" da inflação: o de Serviços.

Segundo ele, com a esperada influência do aperto monetário retomado pelo Banco Central e com a tendência de manutenção da atividade em nível fraco ou até menos robusto, o emprego, depois de grande resistência, tende a ser afetado neste ano.

Com essa alteração de cenário, que tende a influenciar a renda da população, a parte de Serviços deve sofrer um impacto e apresentar níveis de inflação menores do que o dos últimos cinco anos, na avaliação do coordenador.

Conforme os números de Picchetti, este conjunto de preços acumulou alta de 14,43% em 2014 ante avanço de 12,54% em 2013.

Em 2012, a parte de Serviços havia aumentado 14,59% ante variações acumuladas positivas de 16,86% em 2011 e de 14,20% em 2010.

"O grupo deve ajudar a inflação em 2015", opinou, sem informar uma estimativa específica, mas passando aos jornalistas uma esperança de algo abaixo da marca de 14%.

A despeito desta projeção menos pessimista, Picchetti já adiantou que o ano começará bastante pressionado, com um IPC-S de janeiro com estimativa bastante alta, de 1,20%, muito mais forte que a de 0,99% de janeiro de 2014.

De acordo com ele, a previsão leva em conta impactos já conhecidos de vários reajustes anunciados, como os de tarifa de água em São Paulo; de energia no país com base no conceito de bandeiras tarifárias; das mensalidades escolares em níveis médios de 10%; dos cigarros; e das passagens de ônibus em várias capitais brasileiras.

O coordenador do IPC-S também leva em conta a possibilidade de aumento na gasolina em função de ajustes via retorno da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Toda a projeção não leva em conta, no entanto, eventuais surpresas que o grupo Alimentação costuma apresentar no período das chuvas.

"Uma inflação de 1,20% que começa como um piso", disse Picchetti, que não trabalha, porém, com grande repasse da recente alta do dólar para o índice ao consumidor, já que acredita que o cenário atual não é parecido como de outros tempos, quando a pressão do câmbio para os produtos era bem mais intensa.

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Questionado sobre o número aguardado para o IPC-S do ano que se inicia, Picchetti não demonstrou otimismo, mesmo tem a expectativa de uma taxa menos pressionada.

"O nível de 6,6% ainda é altíssimo", lamentou.

O coordenador do IPC-S lembrou que a inflação captada pelo indicador nos últimos cinco anos veio bastante pressionada, dando um maior respiro para o consumidor apenas em 2013, quando acumulou alta de 5,63%.

Em 2010, o IPC-S subiu 6,24%; em 2011, acumulou taxa de 6,36%; e, em 2012, atingiu a marca de 5,74%.

"O buraco foi mesmo em 2013 e a natureza deste buraco tem como resposta os preços administrados", disse Picchetti, lembrando que as reduções nas tarifas de energia elétrica foram fundamentais para levar a alta do grupo para o nível acumulado de 5,47% no ano retrasado.

Em 2014, os administrados tiveram elevação bem mais significativa, de 12,89%. "Em 2013, houve uma mudança artificial", destacou, referindo-se ao represamento de diversas tarifas.

Para 2015, Picchetti espera que um grupo que vem sendo grande vilão durante vários anos recentes se transforme numa espécie de "mocinho" da inflação: o de Serviços.

Segundo ele, com a esperada influência do aperto monetário retomado pelo Banco Central e com a tendência de manutenção da atividade em nível fraco ou até menos robusto, o emprego, depois de grande resistência, tende a ser afetado neste ano.

Com essa alteração de cenário, que tende a influenciar a renda da população, a parte de Serviços deve sofrer um impacto e apresentar níveis de inflação menores do que o dos últimos cinco anos, na avaliação do coordenador.

Conforme os números de Picchetti, este conjunto de preços acumulou alta de 14,43% em 2014 ante avanço de 12,54% em 2013.

Em 2012, a parte de Serviços havia aumentado 14,59% ante variações acumuladas positivas de 16,86% em 2011 e de 14,20% em 2010.

"O grupo deve ajudar a inflação em 2015", opinou, sem informar uma estimativa específica, mas passando aos jornalistas uma esperança de algo abaixo da marca de 14%.

A despeito desta projeção menos pessimista, Picchetti já adiantou que o ano começará bastante pressionado, com um IPC-S de janeiro com estimativa bastante alta, de 1,20%, muito mais forte que a de 0,99% de janeiro de 2014.

De acordo com ele, a previsão leva em conta impactos já conhecidos de vários reajustes anunciados, como os de tarifa de água em São Paulo; de energia no país com base no conceito de bandeiras tarifárias; das mensalidades escolares em níveis médios de 10%; dos cigarros; e das passagens de ônibus em várias capitais brasileiras.

O coordenador do IPC-S também leva em conta a possibilidade de aumento na gasolina em função de ajustes via retorno da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Toda a projeção não leva em conta, no entanto, eventuais surpresas que o grupo Alimentação costuma apresentar no período das chuvas.

"Uma inflação de 1,20% que começa como um piso", disse Picchetti, que não trabalha, porém, com grande repasse da recente alta do dólar para o índice ao consumidor, já que acredita que o cenário atual não é parecido como de outros tempos, quando a pressão do câmbio para os produtos era bem mais intensa.

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