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Federal Reserve anuncia histórico aumento dos juros

A decisão era esperada no mundo todo desde que os Estados Unidos confirmaram que o país cresce lentamente, embora de forma sustentável

Janet Yellen: até o final de 2016 os juros devem estar na ordem de 1,4%, disse o FOMC, no comunicado que encerrou dois dias de reunião (Mary Schwalm/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 19h19.

O Federal Reserve anunciou nesta quarta-feira seu primeiro aumento da taxa de juros em nove anos, medida que indica que os Estados Unidos deixaram a crise de 2008 para trás.

A taxa interbancária, que desde 2008 estava entre 0% e 0,25%, foi aumentada em 0,25%, e ficou entre 0,25% e 0,50%, anunciou o Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC).

O passo dado pelo Fed inicia uma série de aumentos dos juros que o comitê de política monetária do organismo prometeu que será "gradual" e que acompanhará o ritmo da economia.

Até o final de 2016 os juros devem estar na ordem de 1,4%, disse o FOMC, no comunicado que encerrou dois dias de reunião.

A decisão era esperada no mundo todo desde que os Estados Unidos confirmaram que o país cresce lentamente, embora de forma sustentável.

Fim do dólar barato

O Fed encerrou uma era em que injetou trilhões de dólares baratos na economia americana, a fim de estimular a recuperação provocada pela maior crise econômica desde os anos 1930.

"Essa decisão marca o fim de um período excepcional de sete anos, durante o qual os juros foram mantidos em quase zero para sustentar a recuperação após a crise de 2008-09", disse a presidente do Fed, Janet Yellen.

"Ela consagra também os consideráveis progressos feitos para reorientar o emprego (...) e aliviar as dificuldades econômicas de milhões de americanos", disse.

Nos últimos meses, o FOMC se mostrou reticente quanto a aumentar os juros, na medida em que, como a própria Yellen admitiu no início desse mês, a inflação americana ainda é fraca e o mercado de trabalho mostra morosidade.

Nesse contexto, vários economistas renomados como Larry Summers e Paul Krugman questionavam por que, agora, o Fed mudaria sua política ultraexpansionista.

No entanto, o FOMC foi unânime nesta quarta-feira e destacou que, neste ano, houve melhoras "consideráveis" no emprego. O comitê também disse estar "razoavelmente confiante em que a inflação crescerá no médio prazo até a meta de 2%".

O FOMC decidiu pelo aumento dos juros, "dado o panorama econômico, e reconhecendo que é o momento para ações de política que influenciem os futuros resultados econômicos".

Impacto global

Embora seja aplicada basicamente para os empréstimos interbancários de curtíssimo prazo, a taxa básica americana serve de parâmetro para os prazos maiores em todo o sistema financeiro.

Aumentá-la significa incrementar os custos para os créditos em dólares tomados por governos, companhias e consumidores. Ao mesmo tempo, garante lucros maiores aos depositantes bancários.

Para os países emergentes, vários deles com sérios problemas como o Brasil, pode encerrar quase uma década de bonança, graças ao dólar barato. Os capitais que buscavam um rendimento maior podem agora se dirigir ao dólar, acentuando problemas atuais desses países.

O economista-chefe da High Frequiency Economics, Jim O'Sullivan, estima que os juros subirão mais rápido do que o Fed sugeriu nesta quarta.

"Continuamos céticos em relação ao ritmo de aumento, se será tão gradual quanto foi sugerido, especialmente porque acreditamos em que o desemprego seguirá em queda e, eventualmente, isso pode gerar pressão sobre a inflação", comentou.

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O Federal Reserve anunciou nesta quarta-feira seu primeiro aumento da taxa de juros em nove anos, medida que indica que os Estados Unidos deixaram a crise de 2008 para trás.

A taxa interbancária, que desde 2008 estava entre 0% e 0,25%, foi aumentada em 0,25%, e ficou entre 0,25% e 0,50%, anunciou o Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC).

O passo dado pelo Fed inicia uma série de aumentos dos juros que o comitê de política monetária do organismo prometeu que será "gradual" e que acompanhará o ritmo da economia.

Até o final de 2016 os juros devem estar na ordem de 1,4%, disse o FOMC, no comunicado que encerrou dois dias de reunião.

A decisão era esperada no mundo todo desde que os Estados Unidos confirmaram que o país cresce lentamente, embora de forma sustentável.

Fim do dólar barato

O Fed encerrou uma era em que injetou trilhões de dólares baratos na economia americana, a fim de estimular a recuperação provocada pela maior crise econômica desde os anos 1930.

"Essa decisão marca o fim de um período excepcional de sete anos, durante o qual os juros foram mantidos em quase zero para sustentar a recuperação após a crise de 2008-09", disse a presidente do Fed, Janet Yellen.

"Ela consagra também os consideráveis progressos feitos para reorientar o emprego (...) e aliviar as dificuldades econômicas de milhões de americanos", disse.

Nos últimos meses, o FOMC se mostrou reticente quanto a aumentar os juros, na medida em que, como a própria Yellen admitiu no início desse mês, a inflação americana ainda é fraca e o mercado de trabalho mostra morosidade.

Nesse contexto, vários economistas renomados como Larry Summers e Paul Krugman questionavam por que, agora, o Fed mudaria sua política ultraexpansionista.

No entanto, o FOMC foi unânime nesta quarta-feira e destacou que, neste ano, houve melhoras "consideráveis" no emprego. O comitê também disse estar "razoavelmente confiante em que a inflação crescerá no médio prazo até a meta de 2%".

O FOMC decidiu pelo aumento dos juros, "dado o panorama econômico, e reconhecendo que é o momento para ações de política que influenciem os futuros resultados econômicos".

Impacto global

Embora seja aplicada basicamente para os empréstimos interbancários de curtíssimo prazo, a taxa básica americana serve de parâmetro para os prazos maiores em todo o sistema financeiro.

Aumentá-la significa incrementar os custos para os créditos em dólares tomados por governos, companhias e consumidores. Ao mesmo tempo, garante lucros maiores aos depositantes bancários.

Para os países emergentes, vários deles com sérios problemas como o Brasil, pode encerrar quase uma década de bonança, graças ao dólar barato. Os capitais que buscavam um rendimento maior podem agora se dirigir ao dólar, acentuando problemas atuais desses países.

O economista-chefe da High Frequiency Economics, Jim O'Sullivan, estima que os juros subirão mais rápido do que o Fed sugeriu nesta quarta.

"Continuamos céticos em relação ao ritmo de aumento, se será tão gradual quanto foi sugerido, especialmente porque acreditamos em que o desemprego seguirá em queda e, eventualmente, isso pode gerar pressão sobre a inflação", comentou.

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