Economia

Fed quer mais empregos antes de desacelerar estímulos

Muitos membros querem mais garantias de que a recuperação do emprego está sólida antes de iniciar a desaceleração das compras de ativos

Presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Ben Bernanke discursa em uma conferencia de imprensa em Washington (Jason Reed/Reuters)

Presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Ben Bernanke discursa em uma conferencia de imprensa em Washington (Jason Reed/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 16h25.

Washington - Embora tenha aumentado o consenso dentro do banco central dos Estados Unidos em junho sobre a provável necessidade de começar a reduzir as medidas de estímulo econômico em breve, muitos membros querem mais garantias de que a recuperação do emprego está sólida antes de iniciar a desaceleração das compras de ativos.

Os mercados financeiros convergiram para setembro como a data do provável início da redução no ritmo de compras mensais de títulos no valor de 85 bilhões de dólares, mas a ata da reunião de junho do Federal Reserve divulgada nesta quarta-feira sugere que essa pode não ser uma aposta certa.

"Vários membros julgaram que uma redução nas compras de ativos será em breve justificada", mostrou a ata. Mas acrescentou que "muitos membros indicaram que uma melhora maior no cenário do mercado de trabalho será necessária antes que seja apropriado desacelerar o ritmo de compras de ativos." Investidores globais recuperaram-se recentemente de um leve surto de pânico que se seguiu às indicações do chairman do Fed, Ben Bernanke, de um fim do chamado quantitative easing, que segundo ele será provavelmente encerrado até meados do próximo ano.

Os temores do mercado financeiro se aliviaram em parte depois que autoridades do Fed saíram em coro para buscar garantir aos operadores que o fim das compras de ativos não levará a altas iminentes da taxa de juros.

"Muitos membros indicaram que as decisões sobre o ritmo e composição das compras de ativos são distintos das decisões sobre o nível apropriado da taxa de juros", disse a ata.

Se os mercados entenderam a mensagem não está totalmente claro; o rendimento sobre o Treasury de 10 anos dos Estados Unidos subiu um ponto percentual em apenas dois meses e está perto de seu maior nível desde 2011.

Isso já desacelerou a atividade no mercado hipotecário, que vinha sendo decisivo para a recente recuperação econômica.

Na reunião de junho, algumas autoridades do Fed mostraram preocupação não apenas com o cenário de emprego, mas com o ritmo de crescimento econômico também. Muitos economistas acreditam que a economia cresceu menos de 1 por cento no segundo trimestre na base anual, embora muitos esperem uma recuperação no segundo semestre do ano.

"Alguns (membros) acrescentaram que precisariam... ver mais evidências de que a aceleração projetada na atividade econômica vai ocorrer, antes de reduzir o ritmo das compras de ativos", mostrou a ata.

Entre os membros do Fed que argumentaram que seria sábio reduzir as compras em breve, dois acharam que isso deveria ser feito "para impedir que as potenciais consequências negativas do programa superem seus benefícios esperados".

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