Economia

Fed deve dar pequeno passo em redução de compra de títulos

Banco central dos Estados Unidos, deve iniciar um longo processo de recuo em sua política monetária ultrafrouxa nesta quarta-feira


	Federal Reserve: economistas esperam que Fed reduza compras mensais em modestos US$10 bi, reduzindo-as a US$75 bi e sinalizando início do fim de episódio sem precedentes de expansão monetária
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Federal Reserve: economistas esperam que Fed reduza compras mensais em modestos US$10 bi, reduzindo-as a US$75 bi e sinalizando início do fim de episódio sem precedentes de expansão monetária (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 09h29.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve iniciar um longo processo de recuo em sua política monetária ultrafrouxa nesta quarta-feira ao anunciar uma pequena redução em suas compras de títulos e, ao mesmo tempo, destacar que as taxas de juros permanecerão perto de zero por um longo período.

A maioria dos economistas espera que o Fed reduza suas compras mensais em modestos 10 bilhões de dólares, reduzindo-as a 75 bilhões de dólares e sinalizando o início do fim de um episódio sem precedentes de expansão monetária cujos efeitos foram sentidos em todo o mundo.

"É um passo importante... justaposto contra cinco anos atrás, quando o Fed começou a enorme expansão de seu balanço patrimonial", disse Carl Tannenbaum, economista-chefe do Northern Trust. "Esse será o primeiro passo, potencialmente, em um caminho muito, muito longo." O Fed anunciará sua decisão em um comunicado após dois dias de reunião às 15h (horário de Brasília), e o chairman Ben Bernanke dará entrevista à imprensa meia hora depois. O Fed também deve divulgar novas projeções econômicas e para a taxa de juros.

Ao reduzir as taxas overnight para zero no final de 2008, o Fed lançou uma campanha extraordinariamente ousada para sustentar a economia dos Estados Unidos. O esforço incluiu três rodadas de compras de títulos que mais do que triplicaram seu balanço patrimonial para cerca de 3,6 trilhões de dólares.

As medidas, impensáveis para muitos dentro do Fed antes da crise, provocaram fortes crises daqueles que temiam que elas criariam uma bolha de ativos ou alimentariam a inflação.

Mas a demonstração de força do banco central recebeu os créditos por salvar os EUA e as economias mundiais de um destino ainda pior.


Com a economia norte-americana agora num caminho de recuperação de certa forma estável e com o desemprego caindo, autoridades têm dito que se aproxima o momento de começar a recuar em suas compras de títulos de olho no fim do programa por volta de meados de 2014.

Embora os yields dos títulos do governo e as taxas hipotecárias tenham subido na expectativa de menos suporte, o banco central ainda estará expandindo seu balanço por vários meses à medida que tenta fazer a economia e os mercados financeiros se desapegarem de seu estímulo.

Yellen e orientação futura

O chairman do Fed, Ben Bernanke, na qual provavelmente será a penúltima entrevista à imprensa antes de deixar o cargo em janeiro, deve reforçar o compromisso do banco central de manter as taxas overnight perto de zero por um longo período de tempo como uma maneira de aliviar qualquer agitação que os mercados de títulos possam sentir.

A orientação futura sobre as taxas visa a limitar os custos de empréstimo de longo prazo, o que abrange as visões dos investidores sobre a trajetória das taxas de curto prazo.

A tarefa pode ter ficado mais fácil depois que o ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, abandonou a corrida para substituir Bernanke quando o mandato dele terminar em 31 de janeiro, colocando a atual vice-chair Janet Yellen na dianteira.

A expectativa é de que Yellen, que se tornaria a primeira mulher a assumir o cargo se for indicada pelo presidente Barack Obama e confirmada pelo Senado norte-americano, poderia manter o rumo da política estabelecido pela liderança de Bernanke.

O Fed tem dito que não começará a elevar os juros ao menos até que a taxa de desemprego atinja 6,5 por cento, desde que a inflação não ameace romper 2,5 por cento. A taxa de desemprego atingiu 7,3 por cento em agosto.

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