Fed: o Fed também publicará novas previsões econômica (Kevin Lamarque/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 09h18.
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos inicia nesta terça-feira uma reunião na qual é esperado um aumento das taxas de juros, decisão que será um teste de suas relações com o futuro governo de Donald Trump.
Esta alta, a primeira em um ano, deve ser mínima, da ordem de um quarto de ponto percentual (0,25%), situando a taxa básica de juros entre 0,50% e 0,75%, segundo analistas.
O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) deliberará durante dois dias e às 18h00 GMT (16h00 de Brasília) de quarta-feira anunciará sua decisão. Posteriormente, a presidente do Fed, Janet Yellen, participará de uma coletiva de imprensa.
O Fed também publicará novas previsões econômicas que serão acompanhadas pelos mercados para avaliar se a entidade já integra potenciais consequências econômicas das promessas de reativação orçamentária realizadas por Trump.
"O Fed deu sinais muito claros" de que vai elevar as taxas, disse à AFP Robert Hughes, economista do American Institute for Economic Research (AIER).
A taxa interbancária a 24 horas evoluía atualmente na casa de 0,25% a 0,50% desde dezembro de 2015, depois de quase sete anos de política a taxa zero para sustentar a reativação econômica.
O Fed adiou nos últimos meses sua decisão de começar a "normalizar" sua política monetária devido à incerteza do Brexit, à lentidão da recuperação da economia internacional, aos baixos preços do petróleo e à eleição presidencial americana.
Mas agora quer prevenir um reaquecimento do mercado de trabalho no país, que pode acelerar a inflação. "Uma alta das taxas pode ser adotada muito rapidamente", advertiu Yellen há duas semanas.
Os dados do mercado de trabalho para novembro foram melhores do que o previsto, fazendo a taxa de desemprego cair a 4,6%, seu piso em nove anos, enquanto a inflação, em 1,4%, se aproxima lentamente do objetivo de 2%.
"Houve um impulso positivo da atividade recentemente e sinais precursores de aumento de salários", afirmou Hughes. O crescimento, quase estável no primeiro semestre, se acelerou a 3,2% no terceiro trimestre.
Depois da surpreendente eleição de Trump, a bolsa evolui diariamente em direção a novos recordes e os rendimentos dos bônus do Tesouro se fortaleceram, transmitindo um entusiasmo que poucos economistas previram.
Esta disparada se baseia na esperança de uma política de reativação que conjugaria, segundo promessas de campanha, reduções de impostos sobre os lucros das empresas, diminuição dos impostos sobre a renda, grandes gastos em infraestrutura e flexibilização das regulações.