Economia

Fed corta juros pela terceira vez no ano, mas indica pausa

A decisão era amplamente esperada pelo mercado. A instituição indicou em seu comunicado que deve encerrar os cortes por enquanto. 

Jerome Powell, presidente do Fed (Al Drago/Bloomberg)

Jerome Powell, presidente do Fed (Al Drago/Bloomberg)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 15h07.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 19h20.

São Paulo - Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (30) um novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa referencial de juros, para a faixa entre 1,5% e 1,75%.

A decisão era amplamente esperada pelo mercado e marca o terceiro corte de juros do ano. O primeiro foi em julho e o segundo, em setembro. No ano passado, houve quatro anúncios de aumento.

Oito membros do comitê foram a favor do corte. A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, e o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, discordaram da decisão. Eles se opuseram a todos os cortes deste ano.

Desta vez, a instituição indicou em comunicado que deve encerrar os cortes por enquanto ao retirar do texto a expressão "agir conforme o apropriado para sustentar a expansão econômica" e substituí-la por uma frase mais branda: "o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas ao avaliar o caminho apropriado".

O Fed citou no anúncio a boa situação do mercado de trabalho nos Estados Unidos e disse que a economia local vem crescendo num ritmo moderado. Disse ainda que o consumo das famílias se manteve forte.

Após o anúncio do novo corte, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a política monetária está "no nível correto".

A resiliência do consumidor norte-americano foi um dos responsáveis pelo resultado melhor do que o esperado no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, também divulgado nesta quarta. Apesar de ter caído no período, o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,9% entre julho e setembro. 

A recuperação das exportações ajudou a reduzir o temor de uma nova recessão nos EUA, que vem aumentando à medida que a guerra comercial do governo de Donald Trump com a China afeta a confiança empresarial.

O investimento empresarial caiu a uma taxa de 3% no terceiro trimestre, contração mais acentuada em mais de três anos e meio, depois de cair 1% no trimestre anterior.

A próxima reunião do Fed, a última de 2019, será realizada em meados de dezembro.

No Brasil, também há expectativa sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta a partir das 18h (horário de Brasília). A maior parte das apostas é em um corte de 0,5 ponto percentual na Selic.

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