Fed alerta sobre déficit dos EUA e riscos da Europa
Ben Bernanke defendeu a necessidade do controle sobre o déficit do país durante audiência no Congresso americano
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 17h00.
Washington - O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, pediu nesta quinta-feira ao Congresso dos Estados Unidos que priorize o controle do déficit do país, 'insustentável' em sua opinião, e reiterou os riscos procedentes da crise da zona do euro.
'Para alcançar a estabilidade econômica e financeira, a política fiscal dos Estados Unidos deve ficar em um caminho sustentável que assegure que a dívida em relação à receita nacional seja pelo menos estável ou, preferencialmente, que decline com o tempo', declarou o economista.
Bernanke discursou no Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes para comentar a situação da economia americana. Ele ressaltou melhoras, mas reconheceu que a recuperação se mostra 'frustrantemente lenta'.
Por isso, o economista pediu aos parlamentares que 'encarem o problema urgente da sustentabilidade fiscal, de uma maneira que não freie inutilmente a atual recuperação'. 'Não causar danos é um importante conselho que eu lhes daria', acrescentou.
O presidente do Fed expressou assim sua preocupação sobre o potencial impacto negativo dos planos de cortes de gastos públicos e consolidação fiscal. Ele citou como exemplo a Europa, onde as duras medidas de ajuste contribuíram para provocar a recessão da zona do euro.
Segundo os cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso - braço auditor do Legislativo americano -, o déficit fiscal dos EUA será de US$ 1,1 trilhão em 2012, o que representa 7% do PIB e representa o quarto ano consecutivo que fechará acima de US$ 1 trilhão.
Além disso, Bernanke advertiu sobre os riscos procedentes da Europa, onde o arrefecimento da economia e as pressões financeiras sobre algumas economias poderiam afetar a recuperação em andamento nos Estados Unidos.
'Estamos em contato frequente com as autoridades europeias. Continuaremos vigiando a situação de perto e tomaremos todas as medidas disponíveis para proteger o sistema financeiro e a economia dos EUA', explicou.
Bernanke louvou as últimas medidas do Banco Central Europeu (BCE) de flexibilização da política monetária e o acordo de integração fiscal dos países da zona do euro.
Ele reiterou, no entanto, que continua havendo elementos que alimentam as incertezas na Europa, especialmente os relacionados com 'a falta de competitividade e a contração do crédito por causa de um sistema bancário 'infracapitalizado''.
O discurso de Bernanke no Congresso ocorre uma semana após o Fed publicar suas mais recentes previsões de crescimento dos EUA para 2012. O banco central americano estima entre 2,2% e 2,7% de expansão do PIB neste ano, mais pessimista que a previsão de 2,5% a 2,9% feita em novembro, e expectativa de desemprego é de no mínimo 8% até 2013.
Neste contexto, o presidente do Fed defendeu a manutenção das taxas de juros 'excepcionalmente' baixas até o fim de 2014, entre 0% e 0,25% - patamar conservado desde dezembro de 2008.
Bernanke rejeitou a preocupação manifestada por alguns legisladores republicanos, como o presidente do Comitê, Paul Ryan, sobre os riscos de reaquecimento da economia americana em consequência de taxas de juros tão baixas durante tanto tempo.
'Não estamos buscando maior inflação, não queremos mais inflação e não toleraremos mais inflação', respondeu o economista.
O Fed afirmou na semana passada que as pressões inflacionárias sobre a economia dos EUA permanecem controladas e que devem continuar abaixo da barreira de 2% anual prevista pelo banco central.
Por último, Bernanke voltou a contestar a alta taxa de desemprego dos Estados Unidos - que atinge atualmente 8,5% da população economicamente ativa do país - e lembrou que a dupla missão do Fed inclui tanto o controle de preços como o fomento do pleno emprego.
Washington - O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, pediu nesta quinta-feira ao Congresso dos Estados Unidos que priorize o controle do déficit do país, 'insustentável' em sua opinião, e reiterou os riscos procedentes da crise da zona do euro.
'Para alcançar a estabilidade econômica e financeira, a política fiscal dos Estados Unidos deve ficar em um caminho sustentável que assegure que a dívida em relação à receita nacional seja pelo menos estável ou, preferencialmente, que decline com o tempo', declarou o economista.
Bernanke discursou no Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes para comentar a situação da economia americana. Ele ressaltou melhoras, mas reconheceu que a recuperação se mostra 'frustrantemente lenta'.
Por isso, o economista pediu aos parlamentares que 'encarem o problema urgente da sustentabilidade fiscal, de uma maneira que não freie inutilmente a atual recuperação'. 'Não causar danos é um importante conselho que eu lhes daria', acrescentou.
O presidente do Fed expressou assim sua preocupação sobre o potencial impacto negativo dos planos de cortes de gastos públicos e consolidação fiscal. Ele citou como exemplo a Europa, onde as duras medidas de ajuste contribuíram para provocar a recessão da zona do euro.
Segundo os cálculos do Escritório de Orçamento do Congresso - braço auditor do Legislativo americano -, o déficit fiscal dos EUA será de US$ 1,1 trilhão em 2012, o que representa 7% do PIB e representa o quarto ano consecutivo que fechará acima de US$ 1 trilhão.
Além disso, Bernanke advertiu sobre os riscos procedentes da Europa, onde o arrefecimento da economia e as pressões financeiras sobre algumas economias poderiam afetar a recuperação em andamento nos Estados Unidos.
'Estamos em contato frequente com as autoridades europeias. Continuaremos vigiando a situação de perto e tomaremos todas as medidas disponíveis para proteger o sistema financeiro e a economia dos EUA', explicou.
Bernanke louvou as últimas medidas do Banco Central Europeu (BCE) de flexibilização da política monetária e o acordo de integração fiscal dos países da zona do euro.
Ele reiterou, no entanto, que continua havendo elementos que alimentam as incertezas na Europa, especialmente os relacionados com 'a falta de competitividade e a contração do crédito por causa de um sistema bancário 'infracapitalizado''.
O discurso de Bernanke no Congresso ocorre uma semana após o Fed publicar suas mais recentes previsões de crescimento dos EUA para 2012. O banco central americano estima entre 2,2% e 2,7% de expansão do PIB neste ano, mais pessimista que a previsão de 2,5% a 2,9% feita em novembro, e expectativa de desemprego é de no mínimo 8% até 2013.
Neste contexto, o presidente do Fed defendeu a manutenção das taxas de juros 'excepcionalmente' baixas até o fim de 2014, entre 0% e 0,25% - patamar conservado desde dezembro de 2008.
Bernanke rejeitou a preocupação manifestada por alguns legisladores republicanos, como o presidente do Comitê, Paul Ryan, sobre os riscos de reaquecimento da economia americana em consequência de taxas de juros tão baixas durante tanto tempo.
'Não estamos buscando maior inflação, não queremos mais inflação e não toleraremos mais inflação', respondeu o economista.
O Fed afirmou na semana passada que as pressões inflacionárias sobre a economia dos EUA permanecem controladas e que devem continuar abaixo da barreira de 2% anual prevista pelo banco central.
Por último, Bernanke voltou a contestar a alta taxa de desemprego dos Estados Unidos - que atinge atualmente 8,5% da população economicamente ativa do país - e lembrou que a dupla missão do Fed inclui tanto o controle de preços como o fomento do pleno emprego.