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Falta de chuvas faz lucro do setor elétrico cair 30%

Grandes geradoras tiveram que comprar energia para honrar contratos, o que contribuiu para a queda

Energia: resultado consolidade de 17 empresas totalizou R$ 2,4 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões de 2013 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 09h19.

São Paulo - A escassez de chuvas desde o início do ano e a necessidade de acionamento das térmicas para compensar a menor geração hídrica pressionaram o balanço do setor elétrico no terceiro trimestre. Diante da necessidade de comprar energia para honrar contratos firmados, grandes geradoras tiveram papel determinante para a queda de 29,3% no lucro do período, na comparação com o intervalo entre julho e setembro de 2013.

O resultado consolidado de 17 empresas analisadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, totalizou R$ 2,4 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões de 2013. Mantidas as condições atuais, é possível que o mesmo efeito de queda do lucro se repita no quarto trimestre deste ano.

Os números refletem o momento delicado pelo qual passa o setor. Grandes geradoras hídricas têm sido vítimas do déficit de geração em função da falta de chuvas. Para evitar queda mais acentuada no nível dos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem dado prioridade ao uso das térmicas.

A contrapartida desse movimento é o déficit hídrico e a elevação dos custos da energia no mercado de curto prazo. Os dois movimentos têm impacto direto no resultado das geradoras, que precisam desembolsar mais recursos para compra de energia para revenda.

O levantamento elaborado pelo Broadcast inclui números das empresas AES Tietê, AES Eletropaulo, Celesc, Cemig, Cesp, Copel, CPFL Energia, CPFL Renováveis, Cteep, EDP Energias do Brasil, Eneva, Equatorial, Light, Neoenergia, Renova, Taesa e Tractebel.

Não está incluso, portanto, o prejuízo de R$ 2,7 bilhões reportado pela Eletrobrás, que distorceria os números consolidados e levaria o setor de energia a um prejuízo de aproximadamente R$ 300 milhões, contra lucro de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2013.

A perda consolidada do setor energético já era esperada e reflete um cenário de deterioração dos resultados operacionais, a despeito da elevação da receita. O Ebitda consolidado das 17 empresas pesquisadas encolheu 16,7% e totalizou R$ 6,272 bilhões no trimestre. A pressão veio principalmente de empresas como Cemig e CPFL Energia, cujos balanços foram afetados pela necessidade de compra de energia para revenda. O custo da CPFL com energia elétrica, por exemplo, cresceu 36,6% no terceiro trimestre e atingiu R$ 2,661 bilhões.

A receita consolidada do setor, por outro lado, cresceu 20% na comparação entre terceiros trimestres e atingiu R$ 28,573 bilhões neste ano. O resultado foi impulsionado pelos reajustes das tarifas de energia aplicadas pelas distribuidoras e pela elevação do custo da energia.

Distribuição

As distribuidoras, vilãs do setor elétrico no primeiro semestre, apresentaram balanços menos adversos no decorrer do terceiro trimestre. A explicação está na contabilização dos recursos repassados ao setor, decorrentes do empréstimo bancário de R$ 6,6 bilhões concedido às distribuidoras expostas ao mercado de curto prazo.

O empréstimo foi oficializado apenas em agosto, por isso os balanços do segundo trimestre não trouxeram a contabilização desses recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

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São Paulo - A escassez de chuvas desde o início do ano e a necessidade de acionamento das térmicas para compensar a menor geração hídrica pressionaram o balanço do setor elétrico no terceiro trimestre. Diante da necessidade de comprar energia para honrar contratos firmados, grandes geradoras tiveram papel determinante para a queda de 29,3% no lucro do período, na comparação com o intervalo entre julho e setembro de 2013.

O resultado consolidado de 17 empresas analisadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, totalizou R$ 2,4 bilhões, contra R$ 3,4 bilhões de 2013. Mantidas as condições atuais, é possível que o mesmo efeito de queda do lucro se repita no quarto trimestre deste ano.

Os números refletem o momento delicado pelo qual passa o setor. Grandes geradoras hídricas têm sido vítimas do déficit de geração em função da falta de chuvas. Para evitar queda mais acentuada no nível dos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem dado prioridade ao uso das térmicas.

A contrapartida desse movimento é o déficit hídrico e a elevação dos custos da energia no mercado de curto prazo. Os dois movimentos têm impacto direto no resultado das geradoras, que precisam desembolsar mais recursos para compra de energia para revenda.

O levantamento elaborado pelo Broadcast inclui números das empresas AES Tietê, AES Eletropaulo, Celesc, Cemig, Cesp, Copel, CPFL Energia, CPFL Renováveis, Cteep, EDP Energias do Brasil, Eneva, Equatorial, Light, Neoenergia, Renova, Taesa e Tractebel.

Não está incluso, portanto, o prejuízo de R$ 2,7 bilhões reportado pela Eletrobrás, que distorceria os números consolidados e levaria o setor de energia a um prejuízo de aproximadamente R$ 300 milhões, contra lucro de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2013.

A perda consolidada do setor energético já era esperada e reflete um cenário de deterioração dos resultados operacionais, a despeito da elevação da receita. O Ebitda consolidado das 17 empresas pesquisadas encolheu 16,7% e totalizou R$ 6,272 bilhões no trimestre. A pressão veio principalmente de empresas como Cemig e CPFL Energia, cujos balanços foram afetados pela necessidade de compra de energia para revenda. O custo da CPFL com energia elétrica, por exemplo, cresceu 36,6% no terceiro trimestre e atingiu R$ 2,661 bilhões.

A receita consolidada do setor, por outro lado, cresceu 20% na comparação entre terceiros trimestres e atingiu R$ 28,573 bilhões neste ano. O resultado foi impulsionado pelos reajustes das tarifas de energia aplicadas pelas distribuidoras e pela elevação do custo da energia.

Distribuição

As distribuidoras, vilãs do setor elétrico no primeiro semestre, apresentaram balanços menos adversos no decorrer do terceiro trimestre. A explicação está na contabilização dos recursos repassados ao setor, decorrentes do empréstimo bancário de R$ 6,6 bilhões concedido às distribuidoras expostas ao mercado de curto prazo.

O empréstimo foi oficializado apenas em agosto, por isso os balanços do segundo trimestre não trouxeram a contabilização desses recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

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