Economia

Exportações em contêineres sobem no 3º tri com agronegócio

O volume de contêineres refrigerados na exportação subiu 0,8% no 3º trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015

Exportações: "Ao longo deste ano inteiro vimos crescimento da carga refrigerada, principalmente para Ásia" (.)

Exportações: "Ao longo deste ano inteiro vimos crescimento da carga refrigerada, principalmente para Ásia" (.)

R

Reuters

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 17h13.

São Paulo - As exportações do Brasil em contêineres subiram 2,9 por cento no terceiro trimestre deste ano, puxadas principalmente por embarques de produtos do agronegócio, enquanto o volume de importações reduziu o ritmo de queda, apontou nesta terça-feira um relatório setorial da Maersk Line, maior empresa de transporte marítimo de contêineres do mundo.

O volume de contêineres refrigerados na exportação subiu 0,8 por cento no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2015, disse o relatório.

A alta neste tipo de contêiner, que carrega majoritariamente carnes congeladas e frutas, foi de 28,4 por cento para a Ásia, compensando quedas nos embarques para Europa, África e Oriente Médio.

"Ao longo deste ano inteiro vimos crescimento da carga refrigerada, principalmente para Ásia. O driver principal é o aumento de consumo chinês. A mudança de hábito de alimentação do chinês é muito encorajadora, e isso veio para ficar", disse o diretor de Trade e Marketing da Maersk Line na Costa Leste da América do Sul, João Momesso.

Já o volume na exportação em contêineres de carga seca, que engloba desde produtos manufaturados até commodities agrícolas (exceto carnes e frutas), subiu 3,6 por cento no período de julho a setembro deste ano, ante o mesmo período em 2015.

"Uma commodity que teve peso muito forte no trimestre foi o açúcar. Alguns mercados do Sudeste Asiático tiveram que ser supridos pelo açúcar brasileiro", disse Momesso, salientando que o volume embarcado com açúcar em contêineres subiu 49,5 por cento no trimestre.

O algodão, que tem uma grande participação no número total de contêineres exportados, subiu 6,1 por cento no período.

A madeira, que responde por um sexto de todos os contêineres de carga seca exportados pelo país, teve alta de 44,3 por cento no trimestre, com fortes vendas para Índia e Vietnã.

Numa tendência oposta, o uso de contêineres para exportações de soja caiu 72,3 por cento no trimestre, segundo a Maersk Line, devido a um encarecimento dos fretes.

Os custos para exportar em contêineres tem subido desde o fim do ano passado, porque o volume de importações do país caiu, fazendo com quem sobrem menos linhas marítimas e menos contêineres vazios para fazer os embarques e os fretes de retorno a partir do Brasil.

Com isso, houve uma retração dos exportadores de soja que vinham experimentando usar contêineres para suas vendas no exterior, em um setor margens muito apertadas e sensível a alterações de custos.

"O relatório mostra que, devido à falta de espaço para Ásia, algumas das commodities tiveram que deixar o contêiner", comentou Momesso.

Importações

Termômetro da atividade econômica do país e do poder de compra dos consumidores, as importações por contêineres continuaram recuando no terceiro trimestre, embora em um ritmo menor, apontou a Maersk Line.

As chegadas de contêineres no país caíram 8,6 por cento no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2015, que já tinha sido um período de desaceleração nos negócios.

Nos dois primeiros trimestres do ano, a retração de importações havia sido de 31,2 e 17,6 por cento, segundo o relatório.

"Não está recuperando ainda, mas a velocidade da queda diminui. Para o atual trimestre, nossa expectativa é que pare de cair. Pelo menos os volumes estão estabilizando", destacou o executivo.

Segundo o relatório, as importações declinaram menos graças à melhoria na demanda por bens europeus e asiáticos.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioExportaçõesImportações

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo