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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - Tanto as exportações (US$ 17,674 bilhões) quanto as importações (US$ 16,316 bilhões) em julho alcançaram o segundo melhor resultado da história para o mês, de acordo com dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O desempenho da corrente de comércio brasileira só ficou atrás do obtido em julho de 2008.
"Houve uma recuperação. O comércio exterior brasileiro já está no nível pré-crise, a um ritmo superior ao do ano assado e de vários outros anos", afirmou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. No entanto, ressaltou ele, as transações com os Estados Unidos e a Europa ainda não apresentaram grande retomada. "O desafio para o fim do ano é investir nesses mercados", completou.
Além disso, apesar do comércio em valores ter voltado ao patamar próximo de 2008, a composição das exportações brasileiras desde então sofreu uma reviravolta. Com os altos preços das commodities no mercado mundial e a maior concorrência nos setores de mais tecnologia agregada, os produtos básicos passaram a ser o principal item nas vendas ao exterior, ocupando o espaço dos industrializados. Na comparação com os primeiros sete meses de 2009, os embarques de matérias-primas entre janeiro e julho deste ano cresceram 30,3%, enquanto as vendas de industrializados aumentaram apenas 24,2%.
Em julho, porém, o crescimento nas vendas de industrializados superou por pouco o de matérias-primas, mas ainda assim se concentrou nos semimanufaturados de pouca tecnologia, como açúcar bruto e ligas de ferro.
Pelo lado das importações, destacou Barral, houve um grande aumento nas compras de bens de capital em julho, com expansão de 61,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.
No acumulado do ano, o aumento que chama mais atenção é o das compras de automóveis no exterior, sobretudo da Argentina, Coreia do Sul e México. "A Coreia exportava muito para os EUA e teve que realocar a produção. Além disso, o efeito cambial também estimula as compras de importados", disse o secretário.
Segundo Barral, um eventual esfriamento na economia brasileira, com menos apetite por consumo, pode afetar o ritmo das importações no segundo semestre, mas esse efeito ainda não foi sentido. "Mas há um risco para a indústria nacional. Dependendo do produto, pode haver redução na demanda interna sem queda nas importações, ou seja, com substituição do bem nacional pelo importado", alertou.