Economia

Exportação brasileiras de milho batem novo recorde em 2013

Exportações de janeiro até o dia 10 de novembro somam 20,8 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura


	Plantação de milho: volume exportado supera de longe as 19,77 milhões de toneladas do recorde do ano calendário 2012
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Plantação de milho: volume exportado supera de longe as 19,77 milhões de toneladas do recorde do ano calendário 2012 (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 20h21.

São Paulo - O ano ainda não acabou, mas as exportações de milho do Brasil em 2013 já ultrapassaram o recorde registrado em todo o ano passado, de acordo com dados do governo, com o país ganhando espaço no mercado internacional ainda na esteira da escassez do produto dos Estados Unidos.

As exportações de janeiro até o dia 10 de novembro somam 20,8 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Comércio Exterior, contra o recorde de 19,77 milhões de toneladas embarcadas no ano calendário 2012, quando os EUA, maior exportador do cereal, sofreu a pior seca em mais de meio século.

No ano comercial do milho, de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, contudo, esse recorde anual pode não ser alcançado, uma vez que os embarques programados para dezembro e janeiro não dão indicação da mesma força do mesmo período do ano passado, disse o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

"O que estamos embarcando agora não é negócio novo, foi fechado lá atrás e estamos embarcando agora... Os embarques de dezembro e janeiro devem cair acentuadamente", afirmou Molinari à Reuters, lembrando que os preços atuais do milho brasileiro não são mais competitivos frente ao produto norte-americano, especialmente por conta dos problemas logísticos brasileiros.

Nos últimos meses do ano comercial anterior --meses que costumam ser mais fracos--, os embarques foram relativamente fortes, levando o Brasil a registrar um recorde de 22,3 milhões de toneladas (de fevereiro de 2012 a janeiro de 2013), segundo Molinari.

Esse volume supera de longe as 19,77 milhões de toneladas do recorde do ano calendário 2012.

"Ano passado, teve uma quebra (nos EUA), os preços saltaram a 7,5 (dólares por bushels, atingindo recordes na bolsa de Chicago) e o mundo todo comprou o Brasil a qualquer preço", lembro Molinari.


O milho na bolsa de Chicago fechou cotado a cerca de 4,3 dólares por bushel nesta segunda-feira, recuando à medida que a safra dos EUA está se confirmando como abundante.

"Este ano estamos embarcando bem porque os preços vieram altos, o Brasil foi vendendo no segundo semestre à medida que os preços foram fechando (negócios)... E o mercado internacional, com medo de (nova) quebra de safra nos EUA, ele se posicionou", explicou o analista.

Molinari lembrou ainda que parte das vendas externas de milho do Brasil em 2013, em volume equivalente a cerca de 7 milhões de toneladas, só foi viabilizada em função de um programa do governo que subsidia o escoamento do milho de Mato Grosso, grande produtor nacional que sofre fortemente problemas de logística e infraestrutura.

EUA Fortes

Mas a quebra de safra nos EUA, que foi cogitada em alguns momentos em 2013, não aconteceu, e os norte-americanos estão no final da colheita de uma safra recorde.

Com isso, os EUA deverão retomar a liderança nas exportações globais de milho em 2014, perdida para o Brasil na temporada passada, segundo indicou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), na semana passada.

Segundo o analista, nem mesmo o recente acordo fitossanitário assinado com a China poderá dar impulso forte às exportações brasileiras, na medida que os EUA possivelmente ocuparão o mercado chinês.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaComércio exteriorCommoditiesExportaçõesMilhoTrigo

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação