Expectativa para o IPCA está sendo revista para cima
A semana começa com expectativa em cima da ata do Copom, que será divulgada na próxima quinta-feira. Isso porque a inflação, de acordo com o último índice divulgado (IPCA-15), não dá sinais de que já entrou em ritmo de queda consistente. Sendo assim, só a ata poderá sinalizar o que o Banco Central pretende fazer […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h24.
A semana começa com expectativa em cima da ata do Copom, que será divulgada na próxima quinta-feira. Isso porque a inflação, de acordo com o último índice divulgado (IPCA-15), não dá sinais de que já entrou em ritmo de queda consistente. Sendo assim, só a ata poderá sinalizar o que o Banco Central pretende fazer no próximo mês: manter ou baixar a taxa básica, a Selic. "As atenções neste momento voltam-se não apenas para a trajetória da queda, mas também, e principalmente, para a velocidade da queda", afirma o BBV Banco, em análise especial sobre a inflação e os juros.
"O que os números do IPCA-15 dizem é que a velocidade da queda está aquém da esperada pelo mercado. A última medição ficou em 0,85%, acima da previsão de 0,70%. Isso coloca em xeque a expectativa do mercado para o IPCA de maio, de 0,48%", afirma o banco. Em vista desses fatos, o BBV vai alterar a sua previsão para o IPCA 0,4% para 0,7%.
O CSFB também refez suas projeções. "Nossa projeção preliminar indica variação de cerca de 0,66% para o IPCA de maio", afirma o banco em seu relatório diário. "A queda adicional da variação mensal de preço livres no final de maio, aliada ao aumento do impacto da redução no preço dos combustíveis, deve levar o IPCA de maio a mostrar menor variação."
Para o BBV, a lenta queda da inflação não é generalizada em todos os preços livres, mas pontual nos alimentos. E é aí que está o grande nó: a queda nos preços dos alimentos está muito mais relacionada ao período de valorização do real em relação ao dólar do que por efeitos da política monetária.
Os analistas do BBV acreditam que "pode não ser a hora ainda de o BC baixar a guarda". O grande nó será saber se o BC está de olho na inflação de 2004, que permite redução de juros, ou se ainda tem esperanças de não estourar completamente a meta de 2003. "Vale lembrar que o reflexo dos juros nos preços tem defasagem de 6 a 9 meses."
Títulos cambiais
Após um ano sem ofertar títulos cambiais ao mercado, nesta segunda-feira o Banco Central ofertará cerca de US$ 200
milhões em NTN-Ds com vencimento em 19/05/2004. Neste período, a rolagem dos vencimentos cambiais com swaps contribuiu para a redução do caixa do Tesouro e para a elevação da liquidez do mercado. "Isto porque, nas operações de swap não há desembolso de caixa do principal no ato da compra e do vencimento, sendo os ajustes pagos diariamente conforme a variação do câmbio e da curva de cupom cambial", afirma o CSFB.
Além das NTN-Ds, o Banco Central oferta também o equivalente a US$ 700 milhões em swaps cambiais. Ao todo, o Banco Central visa vender cerca de US$ 500 milhões para
completar o rolagem deste vencimento. Do total de swaps a ser ofertado, US$ 350 milhões vencem em 03/11/2003, US$ 100 milhões em 02/02/2004, US$ 100 milhões em 01/07/2004, US$ 100 milhões em 01/06/2005 e US$ 50 milhões em 02/01/2008.