Economia

Existem hoje no máximo 260 votos a favor, diz Feghali sobre reforma

Já Rodrigo Maia garante ter 330 votos a favor do texto que, por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, precisa de 308 votos favoráveis

Jandira Feghali: Deputada pelo PCdoB-RJ disse que Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, deve ter, no máximo, 260 votos a favor do texto da reforma da previdência (Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

Jandira Feghali: Deputada pelo PCdoB-RJ disse que Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, deve ter, no máximo, 260 votos a favor do texto da reforma da previdência (Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de julho de 2019 às 19h39.

Líderes da oposição se reuniram nesta segunda-feira, 8, para definir as estratégias que serão usadas na votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara. De acordo com eles, o governo tem apenas cerca de 260 votos favoráveis à matéria porque muitos deputados de partidos de centro estariam mudando de posição. O número inviabiliza a aprovação da reforma.

"No plenário, a situação é diferente da comissão. E, na nossa avaliação, o Rodrigo Maia presidente da Câmara, apesar de estar contando vantagem, na nossa avaliação eles não têm mais do que 260 votos a favor da reforma", afirmou a líder da Minoria, Jandira Feghalli (PCdoB-RJ).

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, são necessários 308 votos favoráveis - o equivalente a três quintos da Casa - para aprovar a reforma em dois turnos no plenário da Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garante que hoje existem 330 votos a favor da matéria.

Segundo Feghalli, há dissidentes em todos os partidos de centro. Esse grupo já teria indicado à oposição que irá votar contrariamente ao texto que será analisado pelo plenário a partir desta terça-feira. A expectativa do governo e da cúpula da Câmara é conseguir concluir a votação até o fim desta semana, mas integrantes da oposição apostam que ela ficará para agosto.

"Estamos trabalhando por dentro dos partidos e das bancadas para garantir a não aprovação e ao mesmo tempo o alargamento desse cronograma. Estamos trabalhando a não aprovação e, ao mesmo tempo, o conteúdo da reforma", disse Feghalli.

De acordo com o deputado José Guimarães (PT-CE), a oposição dá como certo o voto contrário à reforma de 150 deputados. "Nós largamos com 150 votos e precisamos de 206. Vai chegar uma hora que o que vai valer mesmo é a matemática dos dois lados. Estamos a passos largos para conseguir mais 50. Temos uma margem razoável para trabalhar, para chamar os dissidentes", disse.

Para ele, a estimativa dos governistas de que há 330 votos a favor é para "criar pressão psicológica". "Eu conheço os votos do meu estado. Se insistirem para votar nessa semana, será um tiro no pé", completou.

Guimarães disse ainda que a oposição manterá os nove destaques que foram apresentados na comissão especial durante a votação no plenário. Outros destaques, no entanto, podem ser acrescentados a este grupo. Segundo Feghalli, se o PSD desistir de apresentar um pedido para abrandar as regras para policiais e agentes de segurança pública, a oposição poderá adotar o destaque e apresentá-lo.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou que a oposição não abrirá mão de votar o destaque que foi aprovado pela comissão especial que devolveu ao setor rural um benefício tributário que retira R$ 83,9 bilhões da economia esperada de R$ 1,071 trilhão. "O andar de baixo está pagando uma conta pesadíssima para pagar benefícios para o andar de cima. Esse destaque é uma questão de honra", disse.

O deputado professor Israel Pinheiro (PV-DF) disse também que deputados ligados à área de educação estão tentando construir um acordo para apresentar um destaque que beneficie os professores.

Participaram da reunião deputados do PT, Psol, PCdoB, PDT e PV.

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