Economia

EUA sancionam Rússia por interferência em eleição

Sanções pouparam oligarcas e autoridades do governo próximos do presidente Vladimir Putin

EUA: Trump tem sido muito criticado por fazer pouco para punir a Rússia pela intervenção na eleição e outras ações (Carlos Barria/Reuters/Reuters)

EUA: Trump tem sido muito criticado por fazer pouco para punir a Rússia pela intervenção na eleição e outras ações (Carlos Barria/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de março de 2018 às 18h53.

Última atualização em 15 de março de 2018 às 22h25.

Washington - Os Estados Unidos impuseram sanções contra entidades e indivíduos russos por intromissão na eleição norte-americana de 2016 e ataques cibernéticos, mas pouparam oligarcas e autoridades do governo próximos do presidente Vladimir Putin, levando parlamentares de ambos os partidos a dizer que o presidente Donald Trump precisa fazer muito mais.

O anúncio desta quinta-feira representou a primeira vez que o governo dos EUA afirmou publicamente que a Rússia tentou invadir a rede norte-americana, que autoridades de segurança vêm alertando há tempos estar vulnerável a ataques cibernéticos.

Trump tem sido muito criticado nos EUA por fazer pouco para punir a Rússia pela intervenção na eleição e outras ações, e o procurador especial Robert Mueller investiga se a campanha Trump teve conluio com os russos, uma alegação que o republicano nega.

Quando se soma a isso a solidariedade dos EUA à acusação britânica de que Moscou envenenou um ex-agente duplo russo no sul da Inglaterra, tais ações representaram mais um golpe nas relações EUA-Rússia, apesar do desejo expressado por Trump de melhorar os laços.

"O governo está confrontando e se contraponto à atividade cibernética nociva russa, inclusive sua tentativa de interferência nas eleições, ataques cibernéticos destruidores e intrusões visando (elementos) da infraestrutura crítica", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ao anunciar as novas sanções.

Trump questionou muitas vezes a descoberta, anunciada por agências de inteligência dos EUA em janeiro de 2017, de que a Rússia interferiu na campanha de 2016 usando invasões e propaganda com o objetivo de influenciar a corrida a seu favor - a Rússia nega tal ingerência.

Mas Mnuchin foi inequívoco ao dizer que a medida adotada pelo Tesouro nesta quinta-feira "confronta as atividades desestabilizadoras contínuas da Rússia, que vão da interferência na eleição de 2016 à realização de ataques cibernéticos destruidores".

O Departamento do Tesouro direcionou as sanções a 19 indivíduos e cinco grupos russos, incluindo serviços de inteligência. Dezesseis dos indivíduos e das entidades russas foram indiciados no dia 16 de fevereiro, parte da investigação criminal de Mueller.

A pasta ainda disse que continuará pressionando Moscou devido a seus esforços contínuos para desestabilizar a Ucrânia e ocupar a região da Crimeia, e também por conta da corrupção e dos abusos de direitos humanos.

Críticas

Parlamentares críticos chamaram a ação mais recente do governo Trump de uma retaliação inadequada para a interferência da Rússia nas eleições e ataques cibernéticos.

"As sanções hoje são uma decepção dolorosa e estão muito aquém do que é necessário para responder a esse ataque em nossa democracia", disse Adam Schiff, o democrata mais graduado no Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados.

O republicano Ed Royce, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, acrescentou: "a ação de hoje, usando autoridades fornecidas pelo Congresso, é um passo importante do governo. Mas é preciso fazer mais".

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