Economia

EUA podem retomar compra de carnes em até 60 dias, diz Maggi

O ministro da Agricultura se reuniu com o secretário do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Sonny Perdue, nesta segunda-feira

Carne: conforme Maggi, não há "objeção política" para suspender o embargo à carne do Brasil (Pablo Sanhueza/Reuters)

Carne: conforme Maggi, não há "objeção política" para suspender o embargo à carne do Brasil (Pablo Sanhueza/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de julho de 2017 às 17h33.

Última atualização em 17 de julho de 2017 às 19h24.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse hoje (17) em Washington que a exportação de carne in natura para os Estados Unidos pode ser retomada em breve.

"Eu penso que o mais rápido possível, em um horizonte de 30 a 60 dias, eu acho que é possível", afirmou.

Ele também disse que "não há qualquer objeção política por parte do governo americano de continuar esse mercado aberto para o Brasil".

O ministro viajou ao país para discutir com as autoridades norte-americanas a retomada de exportações da carne brasileira, suspensa desde o fim de junho.

Segundo Blairo Maggi, é preciso aguardar "posições técnicas", uma vez que mudanças no padrão de produção da carne exportada aos Estados Unidos já foram implementadas pelos frigoríficos brasileiros e apresentadas aos técnicos norte-americanos.

"Como eu tenho certeza que as mudanças que nós fizemos são tecnicamente aceitáveis, mudam muito o patamar que estava antes, então eu fico muito animado porque sei que elas serão reconhecidas pelos técnicos americanos. E, assim que forem aceitas, nós voltaremos ao mercado", disse.

Os Estados Unidos anunciaram no último dia 22 de junho que iriam suspender a importação de carne brasileira por questões fitossanitárias.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o motivo seria a maneira como a vacina contra a febre aftosa é aplicada no Brasil, que poderia deixar abscessos em pedaços grandes de carne, especialmente na parte dianteira do animal.

O ministro também afirmou que alguns cortes exportados continham pedaços de osso. Segundo ele, como o Brasil é livre de febre aftosa com vacinação, "acende um sinal amarelo aqui".

"Isso é preocupante porque nenhum país que é livre de febre aftosa com vacinação pode exportar peças com osso", explicou.

Para solucionar a questão, bastaria que os frigoríficos vendessem a carne em pedaços menores. Segundo o ministro, "aqueles achados que ocorreram, que trouxeram esse impedimento de entrar no mercado americano, não acontecem mais". Blairo Maggi afirmou que os frigoríficos brasileiros já possuem o equipamento necessário para fazer a alteração no corte das carnes.

O mercado dos Estados Unidos foi aberto ao Brasil em setembro de 2016, após 17 anos de negociações. Segundo o Mapa, entre janeiro e maio de 2017 foram exportadas mais de 11 mil toneladas, o que representa cerca de US$ 49 milhões.

Carne Fraca

Sobre denúncias reveladas na Operação Carne Fraca de que fiscais do ministério poderiam estar recebendo pagamentos indevidos por parte de frigoríficos e empresas como a JBS, o ministro disse que "o governo brasileiro já está preparado para fazer as substituições necessárias daqueles nomes que forem envolvidos".

As atividades da JBS chegaram a ser suspensas após a deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou um esquema de suborno a fiscais agropecuários para liberação da venda de carnes inadequadas para o consumo.

Logo que a operação foi iniciada, mais de 30 servidores foram afastados de suas funções.

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