EUA podem aumentar sobretaxa chinesa de US$ 34 bi para US$ 50 bi
O temor entre investidores e economistas é que uma escalada desse conflito possa atingir o mercado internacional e prejudicar a economia global
EXAME Hoje
Publicado em 24 de julho de 2018 às 06h18.
Última atualização em 24 de julho de 2018 às 08h23.
O escritório do Representante de Comércio Internacional dos Estados Unidos , Robert Lighthizer, começa uma audiência pública nesta terça-feira para discutir um aumento de 16 bilhões de dólares nas tarifas impostas à China . A sobretaxa de mais 16 bilhões é mais um empreitada americana na guerra comercial que está travando com os chineses, que começou no início de julho, depois de meses de ameaças recíprocas.
No dia 6, os americanos impuseram taxas de 25% sobre 1.100 produtos, avaliados em 34 bilhões de dólares em importações chinesas, de maquinário a eletrônicos. A ideia é taxar esses produtos como parte de uma medida para retaliar a China sobre o que os Estados Unidos acusam ser táticas de comércio injustas, principalmente em relação a propriedade intelectual e transferência de tecnologia. A medida de imposição das tarifas permitia 50 bilhões de dólares em impostos: com 34 bilhões já retidos pelo governo, os outros 16 é o que se discute nas audiências de hoje.
Por mais que essas tarifas iniciais atinjam cerca de 0,1% do PIB de ambos os países, o temor entre investidores e economistas é que uma escalada desse conflito possa atingir o mercado internacional e prejudicar a economia global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inicialmente ameaçou que pode tarifar 80% das exportações chinesas para a América, o que soma 400 bilhões de dólares. No último dia, ele aumentou a cota para 500 bilhões, um pronunciamento que deixou Pequim sem resposta, algo pouco usual.
As conversas bilaterais entre os líderes das duas nações já foram deixadas de lados e os chineses esperam que quando Trump perceber o dano que isso causa para a economia americana, volte atrás.