Economia

EUA flexibilizam viagens e comércio com Cuba a partir de 6ª

Os EUA anunciaram novas regulamentações que entrarão em vigor na sexta-feira e que facilitarão as viagens e o comércio com Cuba


	Bandeiras de Cuba (E) e Estados Unidos: novo marco normativo reduz os requisitos para viajar para Cuba
 (Enrique De La Osa/Reuters)

Bandeiras de Cuba (E) e Estados Unidos: novo marco normativo reduz os requisitos para viajar para Cuba (Enrique De La Osa/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 16h19.

Washington - Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira, novas regulamentações que entrarão em vigor na sexta-feira e que facilitarão as viagens e o comércio com Cuba, às vésperas das negociações bilaterais para normalizar as relações diplomáticas.

"O anúncio nos coloca a mais um passo da substituição de políticas obsoletas que não funcionavam para estabelecer uma política que ajude a promover as liberdades econômicas e políticas para o povo cubano", disse o secretário do Tesouro, Jacob Lew.

O novo marco normativo reduz os requisitos para viajar para Cuba, e os turistas americanos poderão usar a partir de agora seus cartões de débito e crédito na ilha.

Os viajantes poderão sair de Cuba com até 400 dólares em produtos pessoais, incluindo não mais de 100 dólares em rum e tabaco.

Por outro lado, a quantia das remessas que os cubanos recebem de seus familiares nos Estados Unidos passará de 500 para 2.000 dólares por trimestre, e os bancos americanos podem criar contas em instituições cubanas.

As mudanças implicam uma revisão geral das normas de Regulamentações sobre Bens Cubanos e Regulamentações de Exportações (EAR, em inglês), segundo os Departamentos de Tesouro e de Comércio.

As novas regulações permitirão igualmente estabelecer serviços de telecomunicações dentro de Cuba assim como a importação de celulares, televisores e computadores.

"As medidas dão um efeito legal à mudança histórica de política anunciada pelo presidente Barack Obama em dezembro", disse a secretária de Comércio, Penny Pritzker.

"Facilitar" a relação bilateral

Estados Unidos e Cuba surpreenderam o mundo em 17 de dezembro ao anunciar que deixariam para trás meio século de enfrentamentos para iniciar negociações para a normalização plena das relações diplomáticas.

O acordo foi selado definitivamente com uma histórica conversa telefônica de quase uma hora entre o presidente americano Barack Obama e o líder cubano Raúl Castro.

A nova regulação servirá para "facilitar a crescente relação" entre os dois países, argumentou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

"Ao possibilitar mais viagens, comércio e fluxo de informação de Cuba e para Cuba, os Estados Unidos avançarão em seus interesses e melhoram a vida dos cubanos", completou Earnest em comunicado.

O porta-voz do governo também acredita que as mudanças "permitirão imediatamente que os americanos ofereçam meios para estimular a população cubana a se tornar menos dependente da economia estatal".

O anúncio ocorre antes da primeira rodada de negociações entre Washington e Havana para restabelecer as relações diplomáticas, após meio séculos de conflitos originados na Guerra Fria.

A subsecretaria de Estado para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, liderará a delegação americana que estará em Havana nos dias 21 e 22 de janeiro para iniciar as negociações que devem resultar no estabelecimento de embaixadas de ambos os países.

A revisão das regulamentações são apenas um passo da aproximação bilateral, pois um embargo americano vigente desde a década dos sessenta só pode ser levantado pelo Congresso, que conta atualmente com maioria republicana.

Em outro gesto de reconciliação, Cuba liberou recentemente 53 detidos que Washington considerava presos políticos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame