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Etanol, tomate e passagem aérea ajudaram a desacelerar o IPC

Os itens figuraram na lista das maiores contribuições negativas no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do sexto mês do ano

"Os in natura fecharam em queda (2,11%) e vários itens ajudaram. Dentre eles, o tomate, cuja variação negativa praticamente neutraliza a alta da cebola", explicou o coordenador do IPC (spijker/Creative Commons)
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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2015 às 16h20.

São Paulo - A desaceleração da inflação na capital paulista em junho, para 0,47%, depois da alta de 0,62% em maio, contou com a ajuda do comportamento dos preços do tomate, que cederam 26,02%, da passagem aérea, com queda de 5,77%, do etanol, com variação negativa de 2,28%, e da laranja, com recuo de 7,01%, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Os itens figuraram na lista das maiores contribuições negativas no Índice de Preços ao Consumidor ( IPC ) do sexto mês do ano.

"Os in natura fecharam em queda (2,11%) e vários itens ajudaram. Dentre eles, o tomate, cuja variação negativa praticamente neutraliza a alta da cebola", explicou o coordenador do IPC, André Chagas, que esperava IPC em 0,49% no mês passado.

O grupo Transportes, do qual o item etanol faz parte, mostrou inflação de 0,04% no IPC do mês passado, depois de 0,30% em maio.

Além da influência do álcool combustível, a deflação de 1,78% em seguro de veículos também impediu uma aceleração do grupo, conforme o coordenador do IPC.

"Pode ser um indicativo de que o setor não esteja conseguindo fazer repasses, a fim de não comprometer as vendas neste momento de fraqueza da economia", disse.

Por outro lado, afirmou, Chagas, as altas verificadas no leite longa vida (5,13%), loterias (26,59%) e cebola (27,51%) limitaram um arrefecimento maior do IPC entre maio e junho.

Segundo ele, o aumento verificado no leite contribuiu com 0,05 ponto no resultado final da inflação de junho, assim como a alta apurada em jogos lotéricos.

"Por causa do aumento em loterias, o grupo Despesas Pessoais passou de 0,27% em maio para 0,83%. Ainda deve ter impactos, mas serão marginais", estimou.

Em relação ao conjunto de preços de alimentos, que passou de 0,88% para 0,58%, o economista disse que a desaceleração é uma "boa notícia", pois, além da deflação dos in natura (de 2,11%), a aceleração dos industrializados, vista na terceira leitura de junho (para 1,34%), não se confirmou no fim do mês (1,26%).

"Ainda é um nível elevado, mas todos os produtos desse subgrupo passaram a desacelerar, o que pode significar que a indústria está dosando os repasses de custos com energia, água e câmbio para os preços", avaliou.

Já os alimentos semielaborados atingiram 0,89% no mês passado, depois de 1,15% em maio, com destaque para a alta menos intensa de carnes bovinas, para 0,45%, ante 3,46%. "Mas, o que sustenta, mesmo, o resultado de semielaborados, é a taxa de 4,94% apurada em leites", disse

Habitação

Apesar de ter mostrado um número inferior em junho, de 0,61%, em relação a 0,74% no quinto mês do ano, o grupo Habitação também ajudou a sustentar a alta do IPC, disse Chagas.

"Praticamente, o resultado do índice de junho ficou concentrado em Habitação, Alimentação e Despesas Pessoais", afirmou.

Segundo o economista, a desaceleração do grupo Habitação foi influenciada por gastos menores com serviços (reparos) no domicílio, cuja taxa passou de 1,83% para 1,52% no sexto mês do ano.

Já a variação de 1,01% (ante 0,29%) de água e esgoto puxou o grupo para cima, devido aos primeiros efeitos do reajuste de cerca de 15% nas tarifas de água e esgoto pela Sabesp.

"O impacto maior deve ocorrer este mês", previu. Além disso, algumas taxas de produtos de limpeza, como sabão em pó (de 1,97% para 3,70%), pressionaram o grupo Habitação, conforme o economista da Fipe.

"Reforça a mesma impressão de alguns alimentos industrializados, de que a indústria está repassando alguns custos (energia, água e dólar) para os preços que poderiam estar defasados", sugere.

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Os itens figuraram na lista das maiores contribuições negativas no Índice de Preços ao Consumidor ( IPC ) do sexto mês do ano.

"Os in natura fecharam em queda (2,11%) e vários itens ajudaram. Dentre eles, o tomate, cuja variação negativa praticamente neutraliza a alta da cebola", explicou o coordenador do IPC, André Chagas, que esperava IPC em 0,49% no mês passado.

O grupo Transportes, do qual o item etanol faz parte, mostrou inflação de 0,04% no IPC do mês passado, depois de 0,30% em maio.

Além da influência do álcool combustível, a deflação de 1,78% em seguro de veículos também impediu uma aceleração do grupo, conforme o coordenador do IPC.

"Pode ser um indicativo de que o setor não esteja conseguindo fazer repasses, a fim de não comprometer as vendas neste momento de fraqueza da economia", disse.

Por outro lado, afirmou, Chagas, as altas verificadas no leite longa vida (5,13%), loterias (26,59%) e cebola (27,51%) limitaram um arrefecimento maior do IPC entre maio e junho.

Segundo ele, o aumento verificado no leite contribuiu com 0,05 ponto no resultado final da inflação de junho, assim como a alta apurada em jogos lotéricos.

"Por causa do aumento em loterias, o grupo Despesas Pessoais passou de 0,27% em maio para 0,83%. Ainda deve ter impactos, mas serão marginais", estimou.

Em relação ao conjunto de preços de alimentos, que passou de 0,88% para 0,58%, o economista disse que a desaceleração é uma "boa notícia", pois, além da deflação dos in natura (de 2,11%), a aceleração dos industrializados, vista na terceira leitura de junho (para 1,34%), não se confirmou no fim do mês (1,26%).

"Ainda é um nível elevado, mas todos os produtos desse subgrupo passaram a desacelerar, o que pode significar que a indústria está dosando os repasses de custos com energia, água e câmbio para os preços", avaliou.

Já os alimentos semielaborados atingiram 0,89% no mês passado, depois de 1,15% em maio, com destaque para a alta menos intensa de carnes bovinas, para 0,45%, ante 3,46%. "Mas, o que sustenta, mesmo, o resultado de semielaborados, é a taxa de 4,94% apurada em leites", disse

Habitação

Apesar de ter mostrado um número inferior em junho, de 0,61%, em relação a 0,74% no quinto mês do ano, o grupo Habitação também ajudou a sustentar a alta do IPC, disse Chagas.

"Praticamente, o resultado do índice de junho ficou concentrado em Habitação, Alimentação e Despesas Pessoais", afirmou.

Segundo o economista, a desaceleração do grupo Habitação foi influenciada por gastos menores com serviços (reparos) no domicílio, cuja taxa passou de 1,83% para 1,52% no sexto mês do ano.

Já a variação de 1,01% (ante 0,29%) de água e esgoto puxou o grupo para cima, devido aos primeiros efeitos do reajuste de cerca de 15% nas tarifas de água e esgoto pela Sabesp.

"O impacto maior deve ocorrer este mês", previu. Além disso, algumas taxas de produtos de limpeza, como sabão em pó (de 1,97% para 3,70%), pressionaram o grupo Habitação, conforme o economista da Fipe.

"Reforça a mesma impressão de alguns alimentos industrializados, de que a indústria está repassando alguns custos (energia, água e dólar) para os preços que poderiam estar defasados", sugere.

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