Estudo mostra que PAC tem pouco impacto no PIB
Na ponta do lápis, o PAC proporcionou uma elevação de menos de 0 5% do PIB na fatia da riqueza direcionada para a infraestrutura
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 17h50.
São Paulo - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não aumentou substancialmente o investimento em infraestrutura no Brasil em relação ao crescimento da economia. Segundo estudo apresentado hoje pelo economista Claudio Frischtak, da InterB Consultoria, em seminário sobre infraestrutura na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, o Brasil investiu apenas o equivalente a 2,53% do PIB em 2010, considerado o auge dos projetos do PAC.
Segundo o trabalho, naquele ano o investimento total em infraestrutura somou R$ 93 bilhões, ainda muito abaixo do que seria necessário para impulsionar o crescimento da economia. Para o economista, apesar de todo o esforço do governo para fazer deslanchar o pacote de obras do PAC, o programa provocou uma elevação muito reduzida no investimento em infraestrutura como proporção do PIB, já que a média da última década foi de 2 32%.
Na ponta do lápis, o PAC proporcionou uma elevação de menos de 0 5% do PIB na fatia da riqueza direcionada para a infraestrutura. Em 2007, esse investimento foi de R$ 54,5 bilhões, equivalente a 2,05% do PIB. Em 2010, mesmo com várias obras do PAC em andamento, essa taxa ficou em 2,53%. Na média entre 2008 e 2010, essa proporção foi de 2,62% do PIB.
"O que espanta é que depois de todo o esforço do governo com o PAC, os investimentos subiram 0,5% e pararam aí, não há sinal de que isso vai continuar crescendo", observou Frischtak.
Para o economista, um dos principais problemas que o governo deveria atacar é a baixa participação do setor privado nos investimentos de infraestrutura. Da expansão de 0,48 ponto porcentual na taxa de investimento em infraestrutura em relação ao PIB, apenas 0,07% veio da iniciativa privada. O restante foi resultado dos investimentos do governo e de estatais, mostrou Frischtak no estudo. Para o economista, o ideal seria o Brasil investir 6% do PIB por ano em infraestrutura, sendo 4 pontos porcentuais vindos do setor privado.
"Se mantivermos 4% a 6% do PIB de investimentos em infraestrutura por 20 anos, nós chegaríamos onde hoje a Coreia do Sul está", observou Frischtak.
Estimativas da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) apresentadas no seminário pelo economista Armando Castelar (Ibre/FGV) dão conta de que o País precisa de R$ 161 bilhões por ano para eliminar gargalos. Nas estimativas de Castelar, há no Brasil um hiato de 3% do PIB em relação à média do investimento em infraestrutura na última década. Para ele, a falta de um ambiente regulatório favorável e uma estratégia clara do governo sobre o tema afastam investidores.
"A percepção que tenho é de que, na área de infraestrutura, falta estratégia. O vai e vem no caso dos aeroportos, por exemplo, mostra que estamos longe de uma solução sistêmica para a infraestrutura. Tudo é decidido caso a caso", criticou Castelar.
São Paulo - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não aumentou substancialmente o investimento em infraestrutura no Brasil em relação ao crescimento da economia. Segundo estudo apresentado hoje pelo economista Claudio Frischtak, da InterB Consultoria, em seminário sobre infraestrutura na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, o Brasil investiu apenas o equivalente a 2,53% do PIB em 2010, considerado o auge dos projetos do PAC.
Segundo o trabalho, naquele ano o investimento total em infraestrutura somou R$ 93 bilhões, ainda muito abaixo do que seria necessário para impulsionar o crescimento da economia. Para o economista, apesar de todo o esforço do governo para fazer deslanchar o pacote de obras do PAC, o programa provocou uma elevação muito reduzida no investimento em infraestrutura como proporção do PIB, já que a média da última década foi de 2 32%.
Na ponta do lápis, o PAC proporcionou uma elevação de menos de 0 5% do PIB na fatia da riqueza direcionada para a infraestrutura. Em 2007, esse investimento foi de R$ 54,5 bilhões, equivalente a 2,05% do PIB. Em 2010, mesmo com várias obras do PAC em andamento, essa taxa ficou em 2,53%. Na média entre 2008 e 2010, essa proporção foi de 2,62% do PIB.
"O que espanta é que depois de todo o esforço do governo com o PAC, os investimentos subiram 0,5% e pararam aí, não há sinal de que isso vai continuar crescendo", observou Frischtak.
Para o economista, um dos principais problemas que o governo deveria atacar é a baixa participação do setor privado nos investimentos de infraestrutura. Da expansão de 0,48 ponto porcentual na taxa de investimento em infraestrutura em relação ao PIB, apenas 0,07% veio da iniciativa privada. O restante foi resultado dos investimentos do governo e de estatais, mostrou Frischtak no estudo. Para o economista, o ideal seria o Brasil investir 6% do PIB por ano em infraestrutura, sendo 4 pontos porcentuais vindos do setor privado.
"Se mantivermos 4% a 6% do PIB de investimentos em infraestrutura por 20 anos, nós chegaríamos onde hoje a Coreia do Sul está", observou Frischtak.
Estimativas da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) apresentadas no seminário pelo economista Armando Castelar (Ibre/FGV) dão conta de que o País precisa de R$ 161 bilhões por ano para eliminar gargalos. Nas estimativas de Castelar, há no Brasil um hiato de 3% do PIB em relação à média do investimento em infraestrutura na última década. Para ele, a falta de um ambiente regulatório favorável e uma estratégia clara do governo sobre o tema afastam investidores.
"A percepção que tenho é de que, na área de infraestrutura, falta estratégia. O vai e vem no caso dos aeroportos, por exemplo, mostra que estamos longe de uma solução sistêmica para a infraestrutura. Tudo é decidido caso a caso", criticou Castelar.