Economia

Equipe econômica deve discutir auxílio emergencial de R$ 200 nesta semana

Para bancar a nova rodada do programa, governo estuda um aumento de impostos; Guedes programa encontro com senador para debater o tema

Brasileiros aguardam em fila para receber auxílio emergencial em 2020 (Bruna Prado/Getty Images)

Brasileiros aguardam em fila para receber auxílio emergencial em 2020 (Bruna Prado/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 17h31.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 17h47.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) deve se reunir nesta semana com o ministro Paulo Guedes  para discutir a nova rodada do auxílio emergencial. A equipe econômica trabalha com o valor de 200 reais, a ser pago durante três meses para cerca de 32 milhões de brasileiros.

No ano passado, um contingente formado por 64 milhões de informais, desempregados e beneficíarios do Bolsa Família receberam as nove parcelas do auxílio (cinco de 600 reais e três de 300 reais).

"Se o governo encaminhar o pedido de aprovação de um novo estado de calamidade pública, justificado pela pandemia, não é nem necessário votar a PEC Emergencial para resolver a questão da prorrogação do benefício", diz Vieira, que também é vice-presidente da frente parlamentar da renda mínima. "Nesse caso, a extensão do auxílio não correria o risco de furar o teto de gastos".

No Congresso, a ideia é colocar em pauta uma proposta de pagamento de uma nova rodada do auxílio ainda em fevereiro, para que a medida possa entrar em vigor em março. No dia 4, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), encontrou-se com o ministro Paulo Guedes para discutir o assunto. "O Ministério da Economia vai buscar um caminho para compatibilizar a questão fiscal com a questão humanitária da volta do auxílio", disse Pacheco na ocasião.

A equipe econômica estuda como viabilizar uma nova rodada do beneficio. No ano passado, foram liberados cerca de 292,6 bilhões de reais para financiar o programa. O problema é que as despesas do governo com a pandemia ajudaram a elevar a dívida pública para 5 trilhões de reais, o que representou um aumento de quase 18% em relação a 2019. Agora, a preocupação é de onde tirar recursos para bancar o novo auxílio emergencial.

O governo discute a possibilidade de criar um novo imposto ao moldes da antiga CPMF. Nesta terça-feira, dia 9, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que uma nova rodada do estímulo precisaria estar atrelada a um corte de despesas ou aumento de tributos para não impactar a política econômica e a taxa de juros básica.

Por enquanto, não há uma proposta definida nesse sentido. "Buscamos uma interação com o governo para que possa ser encaminhada uma solução madura e em consonânica com as preocupações fiscais", diz Vieira.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio emergencialCongressoDívida públicaMinistério da EconomiaPaulo Guedes

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor