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EPE defende voltar a construir hidrelétricas "sem mimimi"

Presidente da Empresa de Pesquisa Energética defendeu a retomada da construção de hidrelétricas "sem mimimi"

Hidrelétrica: nos últimos anos, governo passou a evitar a construção devido ao alto impacto ambiental (Divulgação/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 13h51.

Rio - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, defendeu a retomada da construção de usinas hidrelétricas como um meio de aumentar a produção de energia com baixa emissão de carbono.

Nos últimos anos, o governo passou a evitar a construção de hidrelétricas, principalmente com grandes reservatórios, por conta dos impactos sociais e ambientais desse tipo de projeto, sobretudo, na região Norte do País.

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Mas, à frente da EPE há quatro meses, Barroso indicou a intenção de rever a estratégia para o setor.

"O Brasil vai migrar para uma economia de baixo carbono, que vai demandar um respaldo da geração (de energia) flexível. Essa matriz flexível a gente tem que buscar onde? Eu gostaria muito de buscar nas hidrelétricas. As hidrelétricas com capacidade de armazenamento são a fonte que permitiu a inserção sustentável da energia renovável no Brasil", afirmou Barroso, em palestra no Fórum de Energia, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele argumentou que as fontes solar e eólica dependem das hidrelétricas para compor a matriz energética. "Então, a batalha das hidrelétricas é a batalha das renováveis. E nós vamos buscar essa discussão com a sociedade. Vamos colocar as hidrelétricas de novo no mapa do planejamento para tomar uma decisão pragmática. Vai ser a decisão sem mimimi", acrescentou.

Quando a construção de hidrelétricas não for possível, o planejador vai considerar a alternativa térmica inflexível, segundo Barroso.

Durante a palestra, o presidente da EPE ainda destacou o desafio do setor em buscar financiamento para os projetos, que, em sua opinião, não deve ser garantido exclusivamente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"A financiabilidade será onde o Brasil precisar melhorar. E financiabilidade é uma questão de risco. Risco é uma questão de credibilidade, que é uma questão de segurança, previsibilidade, transparência e sinal econômico. Nestes últimos a gente vem trabalhando", disse.

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