Entidades dizem que Selic pode cair ainda mais
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também considerou o corte de 1 ponto percentual conservador
Agência Brasil
Publicado em 31 de maio de 2017 às 21h36.
Última atualização em 31 de maio de 2017 às 21h55.
Após redução da taxa básica de juros para 10,25% ao ano, anunciada hoje (31) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que a queda poderia ter sido mais acentuada se não houvesse influência das incertezas do cenário político.
Em nota, a entidade pediu a solução da crise e a aprovação das reformas estruturais para que o Banco Central possa acelerar o corte na Selic .
“A recente turbulência política impediu que o Banco Central acentuasse o ritmo de queda dos juros. A redução de 1 ponto percentual promovida hoje pelo Copom, trazendo a Selic para 10,25% ao ano, poderia ter sido maior, caso o ambiente de incertezas não tivesse dificultado os horizontes da economia.”
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também considerou o corte de 1 ponto percentual conservador.
Segundo o presidente da instituição, Paulo Skaf, com a decisão, o Banco Central “retarda o processo de retomada da economia e da geração de empregos”.
A avaliação da Fiesp é compartilhada pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.
“Na prática, a taxa de juros real está crescendo, o que é ruim para o consumidor e para a economia em geral. Portanto, o Copom precisa cortar a Selic de forma mais intensa nas próximas reuniões.”
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) considerou a redução da Selic positiva para o país, mas também avaliou que o corte poderia ter sido maior.
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) disse que a decisão do Copom foi “ousada” e que o corte de 1 ponto percentual foi maior do que o esperado, principalmente em meio à crise política.
Rio de Janeiro
A Federação do Comércio do Estado do Rio de janeiro (Fecomércio-RJ) elogiou a nova redução da taxa Selic.
“De um lado, o cenário econômico hoje é marcado por inflação abaixo do centro da meta e deflação no atacado, o que continuará a render folga aos preços nos próximos meses”, destacou a entidade em nota.
Já a Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou que “há espaço” para que o Copom dê continuidade ao processo de redução da taxa de juros.
Segundo a instituição, o cenário é favorável, “com inflação em trajetória cadente, devendo encerrar o ano abaixo da meta estabelecida pelo governo”.
A Firjan também defendeu as reformas pretendidas pelo governo federal e destacou que “a duração e a intensidade desse processo (de queda dos juros), contudo, dependem da aprovação das reformas, fator chave para o equilíbrio das contas públicas e para a retomada do crescimento econômico e da geração de empregos”.
Bancos
Alguns bancos anunciaram redução nas suas taxas de juros, acompanhando a decisão do Copom. O Banco do Brasil divulgou sua quarta redução de juros seguida neste ano.
A partir de segunda-feira (5), a taxa de juros mínima do parcelamento do cartão de crédito, por exemplo, cairá de 1,91% para 1,83%. O Bradesco também divulgou redução nas taxas de juros do cheque especial e do crédito pessoal.