(Christopher Furlong/Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 08h17.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2018 às 09h44.
São Paulo - A indústria da energia eólica offshore está crescendo e ganhando corpo. Análise da consultoria Navigant Research indica que a indústria eólica global instalou 3,3 gigawatts (GW) de capacidade em alto-mar em 2017, elevando o total mundial para quase 17 GW no acumulado.
Mais de 90% da capacidade mundial de geração a partir de parques em alto-mar se encontra na Europa, com Reino Unido representando mais de metade da nova capacidade de energia eólica offshore construída no continente.
É um avanço considerável desde a instalação do primeiro parque eólico em alto-mar, em Vindevy, na Dinamarca, composto por 11 turbinas e 11 MW em potência instalada.
Apesar do mercado de energia eólica onshore (em terra) ser maior em termos de capacidade total adicionada anualmente, o setor offshore está crescendo mais rapidamente, avalia a Navigant.
A consultoria prevê uma taxa de crescimento anual composta de 11,1% entre 2017 e 2022 para os projetos marítimos, em comparação com as taxas de crescimento de um dígito para os projetos em terra.
"O vento offshore está se tornando mais rentável com cada leilão na Europa. Países líderes do setor, como o Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Bélgica, estão em uma fase de transição para políticas orientadas ao mercado", avalia a consultoria.
Nos próximos cinco anos, o mercado global de energia eólica offshore deve instalar mais de 24 GW de nova capacidade, atingindo no acumulado mais de 40 GW até o final de 2022.
Os projetos offshore são uma solução abundante de energia limpa para muitos países banhados pelos oceanos e que concentram maior proporção de demanda de energia e população ao longo das costas.
A perenidade dos ventos e a velocidade maior (o que acarreta maior possibilidade de geração) são algumas das vantagens da eólica em alto mar, porém sua instalação e manutenção são mais complexas e dispendiosas.
Os custos são mais elevados porque a construção no mar exige mais preparo para fundações, enquanto as condições climáticas difíceis tornam a instalação e a manutenção mais caras.
Mas isso não ofusca o brilho do setor. Uma análise da McKinsey aponta que enquanto os preços de todas as energias renováveis declinam fortemente, o setor offshore está em um estágio anterior de desenvolvimento, de modo que seus preços podem ter uma queda maior e mais rápida, melhorando assim sua posição competitiva no mercado de energia.