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Empresas e centrais lançam coalizão para recuperar indústria

Entidades sindicais e de empresários lançaram coalizão em defesa da recuperação da indústria da transformação, pedindo mudanças

Trabalho na indústria: documento pede mudanças em fatores como câmbio, juros e carga tributária (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2015 às 21h13.

Entidades sindicais e de empresários lançaram hoje (6), na capital paulista, uma coalizão em defesa da recuperação da indústria da transformação.

O manifesto, assinado por 32 organizações, aponta que o segmento representava 35% do Produto Interno Bruto ( PIB ) do país, na década de 1980 e, desde então em queda, chegou a 12% de participação.

A perda de competitividade é apontada como a principal razão para este decréscimo. O documento pede mudanças em fatores como câmbio, juros e carga tributária.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, avalia que a desvalorização da indústria nacional impede o desenvolvimento do país.

“Este é um grito de alerta à sociedade e ao governo da destruição que a indústria sofre, por conta de situações macroeconômicas que tornam inviáveis a fabricação competitiva de manufaturas”, apontou.

Entre as centrais que compõem a coalizão estão a Força Sindical, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O Sindicato dos Metalúrgicos da Região do ABC, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), também assina o manifesto.

De acordo com os organizadores, as entidades empresariais que formam o grupo representam 50% do faturamento da indústria de transformação e as entidades sindicais reúnem 4,5 milhões de trabalhadores.

Pastoriza destacou que o movimento é horizontal e não partidário. Apesar da afirmação, o tom do lançamento foi de crítica ao governo federal. O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, classifica a situação atual da indústria como catastrófica. “Temos capacidade de mudar o Brasil. Se formos às ruas com determinação, em defesa do emprego, essa pátria merece a vontade do povo, e não a vontade de meia dúzia de sanguessugas”, declarou.

Ele reforçou que a coalizão não definiu posição contrária ao governo, mas a central dirigida por ele defende a saída da presidenta Dilma Rousseff.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, criticou os ajustes fiscais do governo federal. “São políticas distorcidas. Tem problemas no seguro-desemprego, na pensão por morte, no abono, mas não é tirando direitos do lado mais fraco que vai resolver”, avaliou, numa referências às medidas provisórias 664 e 665, que alteram critérios para concessão de benefícios trabalhistas. Ele destacou a unidade conquistada entre empresários e trabalhadores, e apontou que os próximos passos da coalizão ainda serão discutidos.

O grupo não definiu os meios para se chegar a melhores condições nos três pontos definidos: câmbio, juros e carga tributária.

“Nós não discutimos isso. Como fazer é com o governo. O que nós deixamos muito claro é o que o país precisa para ser sistemicamente competitivo”, declarou. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, destacou que a proposta do grupo sobre os impostos, por exemplo, é que eles não cresçam mais. Em relação aos juros, é que ele se aproxime de patamares internacionais, abaixo de 2%.

Cover falou ainda sobre a necessidade de uma política cambial que permita o crescimento das exportações brasileiras. “Isoladamente, a sobrevalorização do real em relação ao dólar [talvez] tenha sido o que mais prejudicou a indústria. Por que a gente não pode ter uma política cambial? Não é difícil imaginar um dólar que permita maior competitividade da indústria, pelo menos a curto prazo”, declarou.

A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República e aguarda posicionamento da pasta.

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Entidades sindicais e de empresários lançaram hoje (6), na capital paulista, uma coalizão em defesa da recuperação da indústria da transformação.

O manifesto, assinado por 32 organizações, aponta que o segmento representava 35% do Produto Interno Bruto ( PIB ) do país, na década de 1980 e, desde então em queda, chegou a 12% de participação.

A perda de competitividade é apontada como a principal razão para este decréscimo. O documento pede mudanças em fatores como câmbio, juros e carga tributária.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, avalia que a desvalorização da indústria nacional impede o desenvolvimento do país.

“Este é um grito de alerta à sociedade e ao governo da destruição que a indústria sofre, por conta de situações macroeconômicas que tornam inviáveis a fabricação competitiva de manufaturas”, apontou.

Entre as centrais que compõem a coalizão estão a Força Sindical, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O Sindicato dos Metalúrgicos da Região do ABC, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), também assina o manifesto.

De acordo com os organizadores, as entidades empresariais que formam o grupo representam 50% do faturamento da indústria de transformação e as entidades sindicais reúnem 4,5 milhões de trabalhadores.

Pastoriza destacou que o movimento é horizontal e não partidário. Apesar da afirmação, o tom do lançamento foi de crítica ao governo federal. O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, classifica a situação atual da indústria como catastrófica. “Temos capacidade de mudar o Brasil. Se formos às ruas com determinação, em defesa do emprego, essa pátria merece a vontade do povo, e não a vontade de meia dúzia de sanguessugas”, declarou.

Ele reforçou que a coalizão não definiu posição contrária ao governo, mas a central dirigida por ele defende a saída da presidenta Dilma Rousseff.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, criticou os ajustes fiscais do governo federal. “São políticas distorcidas. Tem problemas no seguro-desemprego, na pensão por morte, no abono, mas não é tirando direitos do lado mais fraco que vai resolver”, avaliou, numa referências às medidas provisórias 664 e 665, que alteram critérios para concessão de benefícios trabalhistas. Ele destacou a unidade conquistada entre empresários e trabalhadores, e apontou que os próximos passos da coalizão ainda serão discutidos.

O grupo não definiu os meios para se chegar a melhores condições nos três pontos definidos: câmbio, juros e carga tributária.

“Nós não discutimos isso. Como fazer é com o governo. O que nós deixamos muito claro é o que o país precisa para ser sistemicamente competitivo”, declarou. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, destacou que a proposta do grupo sobre os impostos, por exemplo, é que eles não cresçam mais. Em relação aos juros, é que ele se aproxime de patamares internacionais, abaixo de 2%.

Cover falou ainda sobre a necessidade de uma política cambial que permita o crescimento das exportações brasileiras. “Isoladamente, a sobrevalorização do real em relação ao dólar [talvez] tenha sido o que mais prejudicou a indústria. Por que a gente não pode ter uma política cambial? Não é difícil imaginar um dólar que permita maior competitividade da indústria, pelo menos a curto prazo”, declarou.

A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República e aguarda posicionamento da pasta.

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