Economia

Emprego nos EUA está longe do normal, diz Bernanke

As observações do presidente do banco sugerem que outra rodada de compra de títulos pelo Fed para estimular o crescimento não está descartada

Bernanke: "Melhora continuada no mercado de trabalho deve exigir crescimento mais forte em demanda final e produção" (Mark Wilson/Getty Images)

Bernanke: "Melhora continuada no mercado de trabalho deve exigir crescimento mais forte em demanda final e produção" (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 14h04.

Washington - A irregular recuperação da economia dos Estados Unidos precisa melhorar para diminuir rapidamente a inaceitável taxa de desemprego do país, afirmou nesta quarta-feira o chairman do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke.

"O mercado de trabalho está longe de normal", afirmou em comentários preparados para o comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados.

As observações de Bernanke sugerem que outra rodada de compra de títulos pelo Fed para estimular o crescimento não está fora de questão.

A queda da taxa de desemprego, que recuou para 8,3 por cento em janeiro, é mais rápida do que seria de se esperar, dada a reduzida taxa de crescimento da economia, disse Bernanke.

"Melhora continuada no mercado de trabalho deve exigir crescimento mais forte em demanda final e produção", afirmou.

Sustentar uma política monetária altamente acomodatícia é consistente com os objetivos do Fed de atingir o emprego pleno com inflação baixa e estável, disse Bernanke. O Fed acredita que as taxas próximas de zero serão apropriadas até, pelo menos, o fim de 2014, acrescentou.

Um recente aumento nos preços do petróleo por causa de tensões geopolíticas pode aumentar a inflação por um momento e reduzir o consumo, segundo o chairman.

"Os preços da gasolina subiram... um acontecimento que deve puxar a inflação temporariamente para cima, enquanto reduz o poder de compra dos consumidores", afirmou.

Em sua última reunião de estabelecimento de políticas no final de janeiro, o Fed afirmou que não deve aumentar as taxas básicas de juros -mantidas próximas de zero desde dezembro de 2008- até, pelo menos, o final de 2014.

Bernanke, em uma entrevista coletiva após o encontro, deixou aberta a possibilidade de o banco central lançar outra rodada de compra de títulos se a recuperação enfraquecer ou se a inflação começar a cair abaixo da meta do Fed de 2 por cento.


Fortes dados de emprego e indústria desde então diminuíram as preocupações sobre a possibilidade de o crescimento da economia dos Estados Unidos desacelerar acentuadamente, mas as tensões entre os países do Oriente e o Irã aumentaram, ameaçando uma repetição de 2011, quando uma alta nos preços de energia prejudicou fortemente a recuperação.

O nervosismo com a oferta de petróleo fez os preços da commodity subir para máximas em dez meses. Nos Estados Unidos, os preços da gasolina estão subindo para perto de 4 dólares o galão, colocando um risco sobre a recuperação e deixando o presidente Barack Obama aberto a críticas dos Republicanos em sua campanha, antes da eleição de novembro, e no Congresso.

O preço médio da gasolina no varejo está próximo de 3,72 dólares por galão, acima dos 3,37 dólares registrados há um ano. Se as tensões no Irã, um produtor importante, continuarem durante o verão norte-americano, os preços na bomba podem subir ainda mais.

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